O cientista político José Álvaro Moisés, em sua coluna semanal, afirma que o País vive uma situação absolutamente inédita, que se refere a um suposto abuso de poder. Para ele, não existe abuso de poder em todo o processo de impeachment da presidente afastada, Dilma Rousseff. O que existe, de acordo com ele, é a democracia seguindo seu rumo, com as instituições cumprindo com seu papel, como tem deixado claro, até aqui, a superexposição do funcionamento dos três poderes da República: o Legislativo, representado pelo Senado Federal, o Judiciário, na figura do Supremo Tribunal Federal, e o Executivo, na presença da presidente afastada.
Ele lembra ainda que outro ponto inusitado em todo esse episódio é o fato de nem sempre acontecer de um poder estabelecido estar sob julgamento. No entanto, é o segundo processo de impeachment de um presidente eleito pelo povo nos cerca de 30 anos em que está em vigor a nova democracia nacional.
Para o sociólogo Augusto Rodrigues, o que o processo de impeachment tem deixado claro, até aqui, é que Dilma está caindo não por causa do decreto que assinou sem autorização do Congresso, e sim pelo chamado “conjunto da obra”. O colunista entende que “o País está assistindo a um julgamento político”, que já está com as cartas marcadas. Não haverá surpresas, portanto.
O que surpreende, sim, em todo esse processo, segundo ele, é “a total e absoluta ausência de resistência à saída de Dilma e do PT do governo federal”. Isso, ainda de acordo com Rodrigues, revela que a presidente afastada está só e que está sendo derrotada pela sua total falta de experiência política, já que, até então, nunca antes ocupara cargo no Legislativo.
Ouça:
José Álvaro Moisés, cientista político
Augusto Rodrigues, sociólogo