Mudanças ao longo do século deram mais poder ao COI

Jogos do Rio de Janeiro representarão o fim de um ciclo, numa tentativa de recuperar os valores olímpicos

 29/07/2016 - Publicado há 8 anos     Atualizado: 20/06/2018 às 10:50
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Foto: Reprodução / Revista USP n.108
Foto: Reprodução / Revista USP n.108

No artigo Agenda 20+20 e o fim de um ciclo para o Movimento Olímpico Internacional, a professora Katia Rubio, docente da Escola de Educação Física e Esporte (EEFE) da USP e membro da Academia Olímpica Brasileira, analisa as mudanças pelas quais o Movimento Olímpico e o Comitê Olímpico Internacional (COI) passaram ao longo de pouco mais de um século de existência e quais fatores as determinaram.
O Movimento Olímpico foi criado no final do século 19, registrando, na Carta Olímpica, “um ideal de grupo e de competição esportiva que inegavelmente privilegiou padrões de conduta e convivência da burguesia de então”, como cita Katia. A professora avalia que, “apesar das profundas e drásticas transformações ocorridas no Oriente e no Ocidente ao longo de um século marcado por duas grandes guerras, pela Guerra Fria e pelo fim da União Soviética, poucas alterações marcaram a história olímpica contemporânea”.

A professora separa os 120 anos da era moderna dos jogos olímpicos em quatro fases, nas quais é traçado um panorama que mostra como o poder do COI tornou-se cada vez maior, mais corrupto e menos democrático e como mudaram a identidade e os valores dados aos atletas. Mostra ainda que, “como em qualquer outro sistema onde prevalece a exploração da excelência, os valores morais que fundamentaram a competição esportiva deixam de ser o modus operandi do movimento olímpico e passam a ser um discurso bem estruturado para ser utilizado em ocasiões especiais”.

A conclusão a que Katia chega é que “os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro representam o final de um ciclo para o Movimento Olímpico. Claro está que nem cidades nem atletas podem mais se submeter a uma relação verticalizada e desigual, em que sobram obrigações e faltam direitos”. Diante disso, o COI chegou à Agenda 20+20, um conjunto de 40 propostas feitas pela comunidade olímpica para resgatar os valores olímpicos, indicando, segundo a professora, uma mudança de rumos para o Movimento Olímpico e uma transformação no papel social do atleta, depois de décadas de degradação da entidade.

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