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Foto: Wikimedia Commnos
Divertida e curiosa, matemática é celebrada neste mês na Virada Malba Tahan
Evento do Centro de Aperfeiçoamento do Ensino de Matemática da USP está na 6ª edição, com atividades pelo Instagram e vídeo com o sobrinho-neto do ‘homem que calculava’
07/05/2021
Redação
Em uma comemoração estendida do Dia Nacional da Matemática (6/5), o Instituto de Matemática e Estatística (IME) da USP realizará, durante todo o mês de maio, a 6ª edição da Virada Malba Tahan. A data marca o nascimento do renomado professor de matemática Júlio Cesar de Mello e Sousa – criador do personagem Malba Tahan e autor do livro O Homem que Calculava.
Aberta a todo o público, a Virada deste ano será virtual e contará com diversas atividades, como quiz, palestras, publicações de vídeos, podcasts e o novo número da Revista Malba. Desde 2016, o evento promove visitas guiadas para escolas, com o objetivo de apresentar uma matemática mais lúdica e divertida.
O homem que calculava
Quem já abriu um livro de Malba Tahan e se deixou encantar pelas histórias místicas do Oriente, nunca deve ter questionado a identidade do autor. Ali Yezzid Izz-edin Ibn-Salin Malba Tahan, descendente de uma tradicional família muçulmana, teria nascido no dia 6 de maio de 1885, na aldeia Muzalit, próxima da antiga cidade de Meca.
Com uma riqueza de detalhes sobre sua personalidade, incluindo obras notáveis e viagens variadas pela Ásia e Europa, até sua morte foi cuidadosamente descrita na segunda edição do livro Contos de Malba Tahan, publicado em 1925. A biografia do autor acompanhava uma ilustração de um homem de longas barbas brancas e turbante.
Malba Tahan e seu livro mais importante - Arte sobre foto/ Ed. Record
O aventureiro árabe caiu no imaginário brasileiro à medida que seus contos educativos iam sendo apresentados no jornal carioca A Noite e, a partir de 1924, em outros periódicos do País.
Tudo levava a crer que o escritor árabe era real, já que a mistificação literária criada por Mello e Sousa era bastante sofisticada. Até mesmo um tradutor fictício foi inventado para figurar em O Homem que Calculava, obra que consagrou o professor como responsável pela popularização da matemática.
De acordo com Alexandro Fernandes dos Santos, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, o livro se encontra na 85ª edição, vendeu mais de dois milhões de exemplares e foi traduzido para o alemão, o inglês, o italiano, o espanhol e o catalão.
Malba Tahan escreveu mais de cem livros e se tornou o nome adotado pelo professor matemático, acrescentado em sua carteira de identidade após autorização do então presidente Getúlio Vargas.
Júlio Cesar de Mello e Sousa - criador do personagem Malba Tahan - Foto: Acervo familiar
Nesta palestra, professores do IME e até o sobrinho-neto de Malba Tahan contam a história secreta do escritor, mostrando de que maneira ele construiu – desde a infância - a imagem de escritor árabe, dando vida a seu pseudônimo por meio de ardis literários, estratagemas ficcionais e táticas editoriais. Sua prodigiosa imaginação seduziu e cativou os editores e o público leitor, que se deixaram levar pelas histórias desse misterioso beduíno. Saiba como um simples pseudônimo produziu um efeito de mistificação literária suficiente para que Júlio Cesar de Mello e Sousa atingisse seus propósitos literários, humanistas, matemáticos e educacionais.
[Clique no player para ver a palestra]
Para divulgar a vida e a obra de Malba Tahan, o Centro de Aperfeiçoamento do Ensino de Matemática (CAEM), do IME, fará uma série de atividades interativas pelo Instagram. Também estão previstas três palestras pelo canal do CAEM no Youtube.
Confira os temas na programação: