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O grupo de estudos Cidade do Conhecimento da USP vai lançar uma disciplina de produção de games na quinta-feira, 10, no curso de Audiovisual oferecido na Escola de Comunicações e Artes. O curso foca no desenvolvimento de jogos que impactam a consciência do jogador de forma positiva, com discussões relevantes para a sociedade. A disciplina será aberta ao público, on-line, semanal, e tem inscrições prioritárias para estudantes de escola pública, baixa renda, pretos e ativistas de direitos humanos

Em entrevista ao Jornal da USP no Ar, o professor Gilson Schwartz, da Escola de Comunicações e Artes da USP, explica que o surgimento da disciplina foi fruto de solicitação dos alunos de audiovisual interessados no desenvolvimento de games, além das produções para o cinema, rádio e televisão. “Com a pandemia e o isolamento social, há uma intensificação do digital. As ferramentas mais criativas do mundo on-line passam agora a ganhar uma importância e até uma oportunidade de se desenvolverem mais. O jogo é um espaço de brincadeira e diversão, mas que pode levar a pensar como um bom filme, um bom livro e uma boa música.”

A aula magna deve abordar o tema da ludicidade. O semestre será focado no desenvolvimento de games. Schwartz compartilha que a disciplina terá desafios e premiações, como a gamificação da obra Macunaíma, de Mário de Andrade, em parceria com o Instituto de Estudos Brasileiros, o desafio da justiça, com o jogo de cartas Purposyum, fruto de parceria entre a Organização das Nações Unidas e a Pró-Reitoria de Graduação da USP, e a criação de jogos que abordem a sustentabilidade das construções, em parceria com o Núcleo de Tecnologia Arquitetura e Urbanismo da FAU-USP. Uma das premiações distribuídas será feita em moeda virtual WiBx.

O professor informa que a disciplina foi pensada pelo grupo de estudos Cidade do Conhecimento junto à instituição internacional Games for Change. A proposta é desenvolver games que, além do lazer, abordem temas relevantes, de modo a impactar positivamente a consciência do jogador. “Os games podem ser usados também para tornar o mundo um jogo onde nem sempre se é competitivo, pode ser um jogo colaborativo em que o resultado são transformações da consciência do indivíduo. Essa lógica de que o útil pode estar ligado ao agradável e ao eticamente desejável é que faz a base dessa agenda de aproximar os games da realidade. Tudo isso faz parte desse universo enorme e cada vez mais estudado, que é o da relação humana com o lúdico, com aquilo que faz a vida algo divertido, mas que nos leva a melhorar como pessoas”, diz.

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