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Ciclista utilizando a rede cicloviária da Cidade Universitária, no campus da capital - Foto: Marcos Santos/USP Imagens
Ciclovias crescem como alternativa de mobilidade sustentável nos campi da USP
O campus da capital paulista já abriga uma ciclovia de 30 km de extensão e um sistema de aluguel de bikes conectado a estações do Metrô e CPTM. No interior, Pirassununga se destaca por práticas de mobilidade sustentável
Todos os dias, milhares de pessoas circulam pela Cidade Universitária, que sedia o campus da USP na capital. A mobilidade em um campus universitário de quase 3.700.000 metros quadrados de área pode se tornar um desafio e por isso a Universidade tem o compromisso de oferecer formas alternativas de locomoção para todos os estudantes, funcionários e visitantes.
Além dos ônibus circulares, gratuitos aos portadores do Bilhete USP (Busp), o campus do Butantã conta com um sistema cicloviário, que foi inaugurado em janeiro de 2022, e, quando o projeto estiver completo, contará com mais 6 km de caminhos cicláveis, isto é, vias que entram no espaço das unidades e órgãos centrais. O sistema atualmente é composto de quase 30 km de ciclofaixas, interligadas ao município de São Paulo por meio dos portões 1 e 2.
Para Gabriel Tavares, estudante de Jornalismo na Escola de Comunicações e Artes (ECA) da USP e usuário da ciclovia, a construção de caminhos cicláveis é importante para os ciclistas não ficarem limitados às ciclofaixas somente nas grandes avenidas do campus: “Eu entrava pelo portão de pedestres da Av. Escola Politécnica e, como a ciclovia só segue o traçado das avenidas, eu cortava caminho por dentro da Poli para poder chegar até a ECA. Eu fazia esse trajeto por algumas ruas internas, ou pela calçada, e acho que fazer uma ciclovia paralela a um trajeto de pedestres, por exemplo, facilitaria para os ciclistas”, conta.
Usuários da ciclovia no campus da capital esperam mais caminhos cicláveis - Foto: Marcos Santos/USP Imagens
Para proporcionar mais segurança aos usuários, a implementação do sistema cicloviário trouxe novas medidas: o reforço da sinalização das vias, a redução da velocidade máxima para 40 km/h e a adoção de ciclofaixas com estacionamento paralelo de veículos — modelo já aplicado na Avenida Luciano Gualberto, que também será utilizado nas avenidas Lineu Prestes, Lúcio Martins Rodrigues e Mello Moraes. A Cidade Universitária também dispõe de diversos paraciclos próximos às unidades de ensino e de pontos muito movimentados, e conta com 17 pontos de aluguel de bicicletas espalhados pelo campus para todos que desejarem andar de bike pela Universidade.
Todas essas ações são fomentadas pela Prefeitura do Campus da Capital (PUSP-C) e Raquel Rolnik, professora da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) e prefeita do campus, acredita que as bicicletas podem ser motor para uma cidade mais sustentável e conectada.
A Prefeitura do Campus da Capital está comprometida em fomentar cada vez mais os modos não motorizados de deslocamento, como as bicicletas. Para isso tem investido não apenas na implementação e melhorias de um sistema cicloviário cada vez mais integrado às ciclovias da cidade, mas também na melhoria das calçadas, rampas e travessias seguras para os pedestres”,
Raquel Rolnik, professora da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) e prefeita do campus
Raquel Rolnik, professora da FAU e prefeita do campus da capital - Foto: Reprodução / Twitter
Sistema de ciclovia do campus da USP na Cidade Universitária, no bairro do Butantã - Imagem: Prefeitura do Campus USP da Capital
Aluguel de bicicletas com o Bike Sampa
O Bike Sampa, projeto operado pela empresa Tembici e patrocinado pelo Itaú Unibanco, atua desde 2020 na Cidade Universitária, no bairro do Butantã, quando 18 estações foram inauguradas. Devido à pandemia de covid-19 e fechamento do campus, o sistema foi reduzido logo após sua inauguração. Atualmente, a Universidade conta com 17 pontos de aluguel de bicicletas.
Estação de aluguel de bicicletas no campus da capital - Foto: Marcos Santos/USP Imagens
O sistema de compartilhamento de bicicletas é mais uma das iniciativas implementadas pela USP para promover a integração do campus Butantã ao restante da cidade. Ele é conectado a outras alternativas de transporte público, como o Metrô Butantã e a Estação Cidade Universitária da CPTM.
Na cidade de São Paulo, o Bike Sampa disponibiliza 2.700 bicicletas e possui 260 estações localizadas perto de terminais de transporte público e áreas com muito movimento. Ou seja, se um usuário alugar uma bicicleta em uma estação na USP, ele pode devolvê-la em qualquer uma das estações espalhadas por São Paulo. Saiba mais sobre a utilização do Bike Sampa abaixo.
Pontos de aluguel de bikes na Cidade Universitária - Imagem: Divulgação / PUSP-C
Confira como utilizar o Bike Sampa
1. Baixe o aplicativo Bike Itaú
Aponte sua câmera para o QR Code em uma das estações de aluguel para ser direcionado ao app ou baixe diretamente na App Store (iOS) e no Google Play (Android).
2. Faça o cadastro
Informe seu e-mail e siga os passos de cadastro ou login do app.
3. Escolha um plano que se encaixe na sua rotina
Os preços podem variar entre R$ 4,39 (plano avulso) a R$ 215,40 (plano anual). Os valores também podem ser alterados de acordo com o tempo pedalado.
4. Desbloqueie sua bike
Após habilitar seu plano, escolha uma das 17 estações localizadas no campus — ou uma das outras 260 estações espalhadas por São Paulo —, retire sua bike e comece a pedalar!
5. Devolva sua bicicleta
Quando precisar, é possível devolver a bike encaixando-a em uma vaga disponível em qualquer estação do Bike Sampa.
Imagens: Flaticon
Ciclovia do campus Pirassununga é destaque no interior
Alunos na ciclovia do campus USP de Pirassununga - Foto: Marcos Santos/USP Imagens
Sistema de compartilhamento "Vamos de Bike!" - Foto: Marcos Santos/USP Imagens
No interior de São Paulo, encontra-se o maior campus da USP em extensão territorial: o campus Fernando Costa, em Pirassununga, é uma fazenda com área total de 22.690.337 metros quadrados. A grande extensão territorial traz diversos desafios de mobilidade interna e, para melhor locomoção dos usuários da Universidade, a comunidade conta com 5.950 metros de vias de mobilidade segura para bicicletas — entre ciclovias e ciclofaixas.
As ciclovias e ciclofaixas da USP em Pirassununga contemplam quase todo o eixo central do campus, passando por locais como o Hospital Veterinário, Biblioteca, Departamento de Medicina Veterinária, Polo das Engenharias e Ciências Básicas, Administração Central, Restaurante e Alojamentos. Além disso, existem diversos paraciclos espalhados pelo campus.
Para incentivar a mobilidade sustentável e proporcionar mais acessibilidade aos ciclistas, o campus também conta com um sistema de compartilhamento e um sistema de empréstimos de bicicletas. O projeto Vamos de bike! disponibiliza 48 bicicletas de circulação restringida às dependências internas da USP.
Os usuários podem utilizar as bicicletas por no máximo 11 horas contínuas e devolvê-las em qualquer um dos três bicicletários existentes no campus. De acordo com a Prefeitura do Campus Fernando Costa, o sistema de compartilhamento de bicicletas é um sucesso, e a média de compartilhamento no segundo semestre de 2022 foi de 142 empréstimos por semana.
Já o projeto de empréstimos dispõe de 34 bikes, que podem permanecer com os usuários por um período de seis meses. Após o fim desse período, o ciclista ainda pode renovar seu empréstimo enquanto houver vínculo com a Universidade. Essas bicicletas também podem ser utilizadas fora das dependências do campus Fernando Costa.
A infraestrutura cicloviária do campus foi dividida em três fases: a fase inicial (ciclovia) teve seu primeiro trecho inaugurado em 2013 e será finalizada este ano. A ciclofaixa, que constitui a segunda fase, foi inaugurada em 2021. A construção da terceira fase tem previsão de início para 2024. Essa última ligará a Estrada Principal à Estrada do Povo, e também implantará um quarto bicicletário na Universidade.
Em outros campi da USP
Piracicaba
A USP de Piracicaba dispõe de 700 metros de ciclovia que conectam a Avenida Carlos Botelho, via externa da cidade, à entrada do campus Luiz de Queiroz, e vão até a Colônia Central do campus. Estão em planejamento mais 450 metros de ciclovia que interligariam a Colônia Central à Alameda das Sibipirunas — trecho que está em processo de recuperação.
Estudos são realizados na Universidade há mais de 10 anos para o desenvolvimento de iniciativas que permitam a mobilidade não motorizada no campus. “Para nós esse tem sido um tema muito relevante e necessário ao campus, tanto pelas questões ambientais como a redução de emissões, de saúde e mobilidade ativa, quanto pela melhoria da relação e pertencimento da comunidade com o campus, proporcionando mais contemplação das belezas cênicas que temos, de bem-estar e de encontros entre as pessoas. A intenção é reduzir gradativamente o uso de veículos motorizados, criar bolsões periféricos de estacionamento, enfim, existem ações de curto, médio e longo prazos”, afirma Ana Maria de Meira, educadora do Serviço de Gestão Ambiental da Prefeitura do Campus Luiz de Queiroz.
Ciclovia no campus da USP em Piracicaba – Foto: Divulgação/Esalq
Além do trecho existente, 10 km de vias estão sendo estudados para uma possível implantação do sistema cicloviário. De acordo com Valter Milanez, chefe técnico da Divisão do Espaço Físico da Prefeitura do Campus Luiz de Queiroz, um projeto de 2 km de ciclovias, que se intercalariam entre ciclofaixas e vias compartilhadas, já está em fase de detalhamento. Outro plano em detalhamento é a implantação de 900 metros que vão interligar a Colônia Central do campus ao novo Restaurante e ao Departamento de Ciências Florestais.
Ribeirão Preto
O campus de Ribeirão Preto possui uma ciclovia de 1.920 metros, que contempla trechos da Rua Prof. Dr. Hélio Lourenço, Rua Tenente Catão Roxo, Rua Luigi Rosiello e Avenida Governador Lucas Nogueira Garcez.
Também existe um pré-projeto de implantação de ciclovia na área da Universidade, dividido em três etapas. A primeira etapa da ciclovia teria a extensão de 5.711 metros, abrangendo a área central do campus e interligando as principais vias de acesso ao campus à ciclovia do município de Ribeirão Preto.
No entanto, de acordo com a Prefeitura do Campus, como o sistema viário da USP Ribeirão Preto é tombado pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico (Condephaat), o projeto executivo da primeira fase da ciclovia deve ser enviado à instituição para análise e aprovação ainda em 2023.
Ciclovia na Rua Prof. Dr. Hélio Lourenço, no campus de Ribeirão Preto - Foto: Reprodução/Google Maps
Lorena
A Escola de Engenharia de Lorena (EEL) da USP não possui ciclovia em seu campus. Entretanto, a Prefeitura Municipal de Lorena planeja construir mais 400 metros de ciclovia que conectariam o município de Lorena à Área I — Bairro Campinho — da universidade. Atualmente, esse trecho conta com 1.150 metros.
Também existem 1.110 metros que ligam a ciclovia da cidade à Área II — Bairro Santa Lucrécia — do campus, e faltam 730 metros para que a extensão cicloviária seja concluída. Segundo informações da Prefeitura Municipal de Lorena, não há previsão de conclusão.
Ciclovia em Lorena pretende chegar às duas áreas do campus da USP - Fotos: Claudio Ribeiro/Divulgação Prefeitura de Lorena
Dicas de segurança nas ciclovias
Use os equipamentos de segurança
Os capacetes, óculos de proteção, luvas e roupas para ciclismo não são itens obrigatórios, mas são importantes para garantir a segurança do ciclista.
Ocupe o espaço correto da ciclovia
Sempre ocupe a faixa sinalizada no sentido correto, não ande em ziguezague ou faça paradas bruscas.
Mantenha a atenção
Mantenha sua cabeça elevada, não pedale usando fones de ouvido e fique atento aos movimentos dos demais veículos.
Sinalização é importante
É essencial que os outros ciclistas e motoristas saibam para onde a bicicleta está indo, por isso, sempre sinalize de forma clara sua próxima ação com sinais de mão.
Respeite as leis de trânsito
Existem regras específicas para as bikes dentro do Código de Trânsito Brasileiro. É proibido andar pela calçada, não respeitar o sinal vermelho e andar pela contramão. Fique de olho!
A reprodução de matérias e fotografias é livre mediante a citação do Jornal da USP e do autor. No caso dos arquivos de áudio, deverão constar dos créditos a Rádio USP e, em sendo explicitados, os autores. Para uso de arquivos de vídeo, esses créditos deverão mencionar a TV USP e, caso estejam explicitados, os autores. Fotos devem ser creditadas como USP Imagens e o nome do fotógrafo.