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Das instituições que integram a chamada rede de pesquisa 6+5, que reúne cientistas da França e do Brasil, incluindo a Escola Politécnica (Poli) da USP, nasceu o Laboratoire International Associé Franco Brésilien – Energie & Environnement (L.I.A.), que começa a operar oficialmente este mês.
O L.I.A. é um ‘laboratório sem muros’, criado pelo governo francês, para estruturar colaborações entre equipes de pesquisa e laboratórios da França com parceiros de outros países com quem já realiza algum tipo de trabalho conjunto. A rede vai atuar por quatro anos, prorrogáveis por mais quatro, em pesquisas de fontes de energia renováveis, observando todas as suas facetas: a produção, o consumo, os impactos ambientais, a integração e interação com outras formas de energia, e as redes de distribuição.
A expectativa é que laboratório reforce a cooperação, estimule mais colaborações em pesquisa e aplicações práticas, e, consequentemente, amplie a produção científica e a visibilidade internacional. O grupo de pesquisadores da Poli dentro do L.I.A. é coordenado pelo professor Song Won Park, do Departamento de Engenharia Química.
A cerimônia de instalação do laboratório ocorreu na última quarta-feira (3), na Cidade Universitária. O evento contou com a participação e presença de dirigentes da USP, autoridades e pesquisadores.
“A rede abre um importante espaço para que pesquisadores brasileiros trabalhem em cooperação internacional. Isso aumentará as chances de participarmos, inclusive, de projetos financiados por instituições europeias e ainda nos dará mais visibilidade internacional, aumentando o impacto das nossas pesquisas, já que as pesquisas são publicadas em regime de coautoria”, ressaltou o professor da Unicamp José Pissolato, diretor científico brasileiro da iniciativa.
Pesquisadores que tenham projetos nas áreas de atuação do laboratório podem entrar em contato com o professor Pissolato (pissolato@gmail.com) para discutir as possibilidades de cooperação e inserção no L.I.A. As principais linhas de pesquisa são: transformação da energia (focando em pesquisas sobre combustão, formação de poluentes, eficiência energética, por exemplo); redes de distribuição (integração, estocagem geração distribuída, proteção e qualidade dos serviços e outros); e meio ambiente (redução das emissões, fontes renováveis, otimização da rede de energia, gerenciamento de recursos hídricos e lixo).
Importância da rede
O Professor Emérito da USP e presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), José Goldemberg, contou que a agência de fomento paulista apoiou, entre janeiro de 1992 e abril de 2017, um total de 1.132 projetos de pesquisa em meio ambiente e 1.545 projetos em energia. Acrescentou que em relação aos projetos de cooperação internacional, a França ocupa posição de destaque nos financiamentos da fundação: foram apoiados 132 projetos feitos em cooperação com franceses, atrás apenas do Reino Unido (308) e da Alemanha (136). “O estabelecimento dessa rede é da maior importância porque pode estimular novas cooperações internacionais, algo que aumenta significativamente o impacto das nossas pesquisas e leva a nossa ciência mais perto da vanguarda do conhecimento”, ressaltou.
O professor José Roberto Castilho Piqueira, diretor da Poli, apontou que o Brasil tem escolas de engenharia de alto nível, mas não é forte em todas as áreas. “A união das nossas escolas é fundamental para promover o progresso da engenharia do País e para transformar a engenharia em algo que seja útil para a população e não mero balcão de negócios, como temos visto até hoje”, observou.
Piqueira também destacou a parceria entre a Poli e as instituições francesas, lembrando dos bons resultados obtidos com o programa de duplo diploma e as discussões para a criação do curso de Engenharia da Complexidade na Poli-Santos. “A França é um importante parceiro na melhoria do ensino, da pesquisa e da extensão dentro da nossa escola”, disse.
A cerimônia foi encerrada pelo vice-reitor e professor da Poli, Vahan Agopyan. Ele agradeceu a confiança dos colegas franceses e lembrou que a colaboração com a França está na gênese da constituição da USP. “Internacionalização, para nós, é ferramenta imprescindível para alcançarmos patamares mais elevados de qualidade. Por isso, este laboratório está sendo uma consequência dessa internacionalização”, finalizou.
Com informações da Assessoria de Comunicação da Poli