Alunos de comunicação levam informações sobre a USP para as escolas públicas onde estudaram

Graduandos da Escola de Comunicações e Artes da USP participaram do programa De Volta à Escola: Eu na USP e buscaram informar sobre ingresso e experiências pessoais na Universidade

 Publicado: 13/11/2024 às 17:13
Estudante jovem, negra, falando ao microfone e com uma tela atrás com apresentação de conteúdo
A aluna do curso de Biblioteconomia, Paula Eugênia da Silva, voltou à escola onde estudou, em Embu das Artes, para conversar com seus colegas – Foto: Elcio Silva

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Iniciativa que transforma estudantes de graduação voluntários em embaixadores da universidade, o programa De Volta à Escola: Eu na USP buscou levar informações sobre a Universidade para estudantes de mais de 500 escolas públicas do estado, incentivando eles a concorrerem a uma vaga na instituição. O programa tem o apoio da Pró-Reitoria de Cultura e Extensão da (PRCEU) da USP.

Com visitas desde o início do mês de setembro, participaram do programa 29 estudantes de graduação da Escola de Comunicações a Artes (ECA) da USP. São alunos de cursos como Artes Visuais, Jornalismo e Biblioteconomia e Ciências da Informação que retornaram às suas escolas de origem para apresentar aos estudantes das escolas os cursos, as formas de ingresso e as políticas afirmativas da USP, além de terem compartilhado suas experiências pessoais de quando eram vestibulandos e de agora, como universitários.

De acordo com a professora de Jornalismo e presidente da Comissão de Cultura e Extensão (CCEX) da ECA Mônica Rodrigues Nunes, a participação dos estudantes de comunicação foi um das mais expressivos de toda a Universidade. “Ao participarem desse projeto, os alunos USP se tornam a ponte entre a universidade e os alunos de ensino médio de escolas públicas do estado de São Paulo”, destaca Mônica.

Maria Luiza Santos de Carvalho, estudante de Artes Visuais, foi uma das embaixadoras da ECA no programa. Ela voltou à Escola Técnica Estadual (Etec) Raposo Tavares, na zona oeste da cidade de São Paulo. Ela afirma que, como estudou em escola pública a vida toda, aceitou prontamente o convite da PRCEU como uma oportunidade de retribuir a ajuda que recebeu: “Tem gente igual a eles, que saiu do mesmo lugar que eles, estudando na USP. Os professores ficam orgulhosos, e os alunos, admirados”.

Maria Luiza também buscou, em sua visita, esclarecer dúvidas dos estudantes e explicitar carreiras e institutos da USP que se relacionam com os cursos oferecidos pela Etec (Química, Administração e Desenvolvimento de Sistemas). Para ela, essa é uma forma de motivar os alunos, aproximando-os daquilo que já estudam no técnico e oferecendo perspectivas para o futuro.

Dicas sobre o vestibular

O combate à desinformação também foi um dos objetivos do programa. O estudante de Jornalismo Davi Pereira Alves voltou à Escola Estadual Samuel Wainer, no Grajaú, zona sul da cidade. Ele relata que foi questionado por um estudante do 3º ano do ensino médio se a USP cobrava mensalidade: “Percebo que uma grande parcela não conhece nem um pouco dessa universidade que é tão importante”. Para ele, fomentar conversas sobre o assunto, como feito pelo De Volta à Escola: Eu na USP, é essencial para levar essas informações ao conhecimento do público.

Davi fez questão de falar sobre as diferentes formas de ingresso, especialmente o Provão Paulista. O jornalista em formação explica que, por ser uma modalidade nova e ainda pouco conhecida, muitos estudantes não a levam em consideração e não se preparam com a devida seriedade, mas foi por meio dela que Davi garantiu sua vaga na ECA.

Alunos do terceiro ano do ensino médio tiveram a oportunidade de conhecer um pouco mais sobre a USP com a palestra apresentada pela colega – Foto: Elcio Silva

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Os embaixadores também deram dicas sobre o vestibular. Paula Eugenia da Silva, graduanda em Biblioteconomia e Ciências da Informação, retornou à Escola Estadual Odete Maria de Freitas, na cidade de Embu das Artes, região metropolitana de São Paulo. Lá, Paula explicou para os estudantes que, hoje, existem diversas formas gratuitas de estudar para o vestibular, como aplicativos, videoaulas disponíveis na internet e cursinhos populares: “O mais importante é não desistir!”.

A palestra de Paula contou com a presença da Pró-Reitora de Cultura e Extensão Universitária, a docente Marli Quadros Leite, de representantes da Secretaria de Educação do estado de São Paulo, de repórteres da Rádio USP e de uma equipe da TV Globo, que produziu uma reportagem sobre o projeto. Paula conta que, no início, estava um pouco apreensiva com tamanha visibilidade, mas que, em seguida, percebeu que ações como essa são essenciais para divulgar a USP e seus espaços (como bibliotecas e museus) não apenas para os futuros universitários, mas para toda a sociedade.

O principal ponto em comum destacado por Maria Luiza, Davi e Paula foi a importância de mostrar que entrar na USP é possível, e não uma “lenda urbana”, como pensava Paula. Para Maria Luiza, a iniciativa De Volta à Escola: Eu na USP é muito necessária, pois coloca os estudantes da rede pública em contato direto com universitários, algo que Paula também revela ter sentido falta na época em que estava no ensino médio.

“A USP é possível. Por mais que cada um tenha uma realidade, conversar com os alunos da sua antiga escola mostra, em certa medida, que uma pessoa que estava no mesmo barco que você encarou muitos desafios, mas conseguiu. Isso é contagiante”, conclui Davi.

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Texto adaptado de Maria Eduarda Lameza, do Laboratório Agência de Comunicação da ECA


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