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Nesta semana, do dia 18 ao dia 23 de fevereiro, a USP está recebendo um seleto grupo: são 27 professores da rede estadual e 27 gestores de secretarias estaduais de Educação de cada unidade federativa do País, mais seis professores de institutos federais.
Eles estão participando do primeiro encontro presencial do STEM TechCamp Brasil 2018, um projeto que pretende estruturar uma rede de multiplicadores formada por gestores e professores líderes de ações escolares em Ciências, Tecnologia, Engenharias e Matemática (STEM), com potencial e liderança para articular e aprimorar ações existentes e elaborar e implantar iniciativas voltadas à aprendizagem ativa de STEM nas redes públicas de educação básica do Brasil.
O programa terá duração de 12 meses e visa a oferecer ferramentas inovadoras para o ensino das ciências, tecnologia, engenharia e matemática para professores do ensino médio na rede pública e, consequentemente, preparar melhor os jovens para os desafios do século 21.
Nesta semana na USP, os educadores terão atividades com as equipes do TechCamp de Washington, Estados Unidos, e especialistas selecionados pela Universidade, palestras com líderes educacionais e de empreendedorismo, discussões em grupo, construção de coletivas e dinâmicas utilizando técnicas de design thinking e elaboração da primeira versão das respectivas propostas de planejamentos estratégicos para implementação em suas comunidades escolares.
Durante essa formação, cada professor terá a oportunidade de apresentar uma experiência científica que já desenvolveu em sua escola. Alguns projetos de destaque vão integrar a delegação da Febrace que participará da maior Feira Internacional de Ciência e Engenharia (Intel International Science and Engineering – INTEL-ISEF 2018), na cidade de Pittsburgh, Estados Unidos, e o painel Estratégias e Ações de Destaque voltadas a STEM em Redes Públicas de Educação, na edição de 2019 da Febrace.
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Parcerias
A edição brasileira nasceu de uma iniciativa da Missão Diplomática dos Estados Unidos no Brasil, em parceria com o Laboratório de Sistemas Integráveis Tecnológico (LSI-TEC) da USP, e apoio da Escola Politécnica (Poli), do Grupo +Unidos, do Consed e da Febrace.
A STEM TechCamp Brasil está em sua primeira edição, mas tem como inspiração a Feira Brasileira de Ciências e Engenharia (Febrace), que, mais experiente, já está na sua 16ª edição consecutiva. Segundo Roseli Lopes, professora da Poli e coordenadora do projeto, a diferença está no público-alvo: enquanto a Febrace busca estudantes que desenvolvam atividades relacionadas à ciência e à engenharia, a STEM TechCamp busca educadores que possam levar para as salas de aula metodologias que fomentem o aprendizado ativo e que explorem o uso das novas tecnologias.
A representante da embaixada, Sarah Borenstein, conta que “com o fenômeno dos TechCamps, nos perguntamos se havia alguma forma de fazer um no Brasil e qual teria mais sentido, e o governo brasileiro tinha aprovado a legislação sobre o novo ensino médio. Essa mudança no ensino médio brasileiro foi vista como uma possibilidade de melhor explorar o uso de tecnologias nas salas de aula”. Sarah diz ainda que, ao ter essa ideia, indicaram que ela falasse com a USP, por já estar realizando feiras com essa temática.
Samuel Gordon trabalha com TechCamps (experiências interativas onde as pessoas podem despertar o interesse por criar algo relacionado à ciência, tecnologia, engenharia ou matemática) ao redor do mundo. Ele conta que os TechCamps atuam em cerca de 110 países, com aproximadamente 32 mil participantes. Os assuntos tratados variam de acordo com o contexto em que o país se insere no momento para que se aborde o tópico que mais faz sentido para a comunidade em questão. “Nós cobrimos tópicos desde educação à proteção do meio ambiente e engajamento e defesa da sociedade civil.”