Na hora de reproduzir a natureza no papel, cada detalhe torna-se importante e indispensável. Para os estudantes de Biologia, mais do que arte, a ilustração aparece como uma ferramenta importante para divulgar o conhecimento, com imagens que retratam plantas, animais, partes do corpo humano e diversos comportamentos encontrados na natureza.
Em 2012, a falta de espaço para compartilhar informações a esse respeito motivou a fundação do Núcleo de Ilustração Científica (NIC) do Instituto de Biociências (IB) da USP, uma iniciativa dos alunos do curso de Ciências Biológicas.
“O núcleo surgiu para cumprir uma demanda que já tínhamos levantado no instituto: faltava um grupo de pessoas que pudesse discutir ilustração científica, e os professores sentiam falta disso também”, explica Paulo Presti, pós-graduando do Museu de Zoologia (MZ) da USP e cofundador do NIC.
Como projeto de extensão, a ideia seria fornecer desenhos como forma de apoio didático às disciplinas do curso e, ocasionalmente, prestar serviços de ilustração para trabalhos acadêmicos.
Hoje, estão ligados ao núcleo alunos tanto da graduação quanto da pós-graduação do IB e de outros institutos da Universidade. A atuação do NIC é tímida, mas quando promove oficinas, como na Semana Temática da Biologia, os integrantes observam as inscrições se esgotarem rapidamente.
Exceto por alguns workshops específicos, o núcleo não promove cursos próprios, mas divulga atividades em sua página no Facebook. “Recebo muitas mensagens de pessoas perguntando ‘preciso saber desenhar para participar?’. Lógico que ajuda, mas é possível participar sem conhecimento prévio”, diz Paulo, que começou a ilustrar em 2011, quando estava na graduação, e atualmente dá cursos em São Paulo.
Também formada em Biologia, outra integrante do núcleo é Vanessa Seiko, que frequenta o Instituto Butantan no programa de aprimoramento profissional. Assim como Paulo, ela ministra cursos variados pela cidade. O próximo será sobre desenho de crânios em pontilhismo — método que utiliza pontos para construir imagens.
Essa é apenas uma das técnicas possíveis dentro da ilustração científica. O básico é aprender com grafite e nanquim, depois surgem possibilidades como aquarela, tinta acrílica, guache, e até a ilustração digital, em 2D ou 3D. De resto, é um trabalho de observação.
“A ilustração não é um dom, é uma habilidade adquirida. Na verdade, o dom é ter a perseverança de continuar, querer aprender e estudar”, diz Vanessa. “Qualquer pessoa pode começar a ilustrar se quiser. O erro é que paramos de desenhar depois da infância”, completa.
.
[cycloneslider id=”ilustracao-cientifica”].
Para conhecer o trabalho dos alunos, é possível acompanhá-los pelo Facebook:
https://www.facebook.com/prestipauloarte/
https://www.facebook.com/vanessaseiko.sugihara.ilustradora/
E pelo Instagram:
https://www.instagram.com/prestipauloarte/
https://www.instagram.com/vanessa_seiko_art/