Pesquisa propõe novos modelos de negócios em rodovias

Recurso de emissão de sinais de rádio poderá propiciar a troca de informações entre carros e com a infraestrutura da estrada

 25/10/2016 - Publicado há 8 anos     Atualizado: 24/04/2018 às 11:42

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Foto: Marcos Santos/USP Imagens
Foto: Marcos Santos/USP Imagens

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A comunicação entre carros e entre os carros e a infraestrutura viária é o principal foco de uma pesquisa coordenada pelo professor Edson Moreira e que tem apoio da Fapesp, por intermédio do Centro de Ciências Matemáticas Aplicadas à Indústria (CeMEAI), com sede no Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da USP.

Muitas montadoras já tem lançado a tecnologia V2V – Vehicle to Vehicle – na fabricação de alguns automóveis. O recurso de emissão de sinais de rádio, semelhantes ao wi-fi, poderá propiciar a troca de informações entre carros e com a infraestrutura da estrada, além de influenciar modelos novos de negócios envolvendo a geração de serviços e propagandas nas estradas.

Segundo Moreira, a ideia é substituir propagandas em painéis, cartazes ou outdoors por sinais eletrônicos em pequenos pacotes de dados, parecidos com os pacotes de wi-fi que podem ser recebidos pelos carros quando passam próximos a alguns estabelecimentos, nas praças de pedágios, ou alguma antena especialmente colocadas ao longo das estradas para que sejam então transferidos para outros carros fazendo o marketing de postos, de hotéis, restaurantes e de outros ramos de negócios.
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Exemplo da tecnologia V2V de troca de informações entre carros e a infraestrutura da estrada - Imagem: Divulgação/CeMEAI
Exemplo da tecnologia V2V de troca de informações entre carros e a infraestrutura da estrada – Imagem: Divulgação/CeMEAI

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“Nós criamos protocolos de comunicação, através de um mecanismo chamado beacon que é difundido e divulgado como se fosse uma sirene no carro e esse pacote não precisa usar a internet”, explica o professor.

Edson Moreira, professor do ICMC-USP - Foto: Divulgação/CeMEAI
Edson Moreira, professor do ICMC – Foto: Divulgação/CeMEAI

Para o especialista, a matemática auxilia na pesquisa já que “todo trabalho é simulado; é muito difícil você construir um dispositivo, colocar esse dispositivo em carros, sem ter noção de como vai ser o resultado deles. E tentar gerar a quantidade de dados suficientes para você conseguir dizer se está bom ou não. Em um determinado momento, o carro estará em determinada posição, e vai encontrar carros que irão passar por ele em velocidades diferentes, acelerações diferentes, sentidos diferentes, isso tudo é feito matematicamente. A quantidade de dados gerados é muito grande e dificilmente o trabalho teria o mesmo sucesso sem os computadores e estrutura proporcionada pelo CeMEAI”, afirma.

De acordo com o especialista, alguns dos maiores interessados nesses resultados são, por exemplo, as concessionárias de rodovias, as entidades reguladoras de transporte, os próprios usuários e as empresas fabricantes de carros, bem como os negócios que rodam à beira da estrada. “Esses elementos formam o ecossistema no qual esse trabalho está inserido”, conclui.

Sobre o CeMEAI

O Centro de Ciências Matemáticas Aplicadas à Indústria (CeMEAI), em São Carlos, é um dos Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão (Cepids) financiados pela Fapesp.

O CeMEAI é estruturado para promover o uso de ciências matemáticas como um recurso industrial em quatro áreas básicas: Otimização Aplicada e Pesquisa Operacional, Mecânica de Fluidos Computacional, Modelagem de Risco, Inteligência Computacional e Engenharia de Software.

Raquel Vieira / Assessoria de Comunicação do CeMEAI


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