O 2 de Julho na Bahia antecipa importantes eventos científicos

Renato Janine participou em Salvador dos festejos que marcaram a data na qual os portugueses foram expulsos da Bahia e que antecipam os 75 anos da SBPC e a realização, dentro de dois anos, da COP30

 05/07/2023 - Publicado há 1 ano

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O professor Renato Janine Ribeiro esteve na Bahia no dia 2 de julho, data em que se comemora a festa da independência baiana, que marca a expulsão, 200 anos atrás, das tropas portuguesas, que lá estavam em grande número, o que não foi uma coisa simples, porque havia muitos escravos que foram levados a lutar pela independência, parte dos quais foi reescravizada posteriormente, enquanto outros conseguiram alforria. “E esse é um problema grande na história do Brasil, porque a nossa independência manteve a escravidão durante sete décadas. Quer dizer, o Brasil só se tornou livre da escravidão 66 anos depois do grito do Ipiranga, 65 anos depois da vitória em Salvador sobre os portugueses, e essa é uma mancha grande que tivemos na nossa história.”
Além da participação em si nos festejos, que Janine diz ser basicamente uma festa do povo, feita pelo povo, sua presença na Bahia este ano teve o objetivo de “encorpar” um cortejo pela ciência na celebração do 2 de Julho. “A SBPC, da qual sou presidente, abriu praticamente esse desfile, junto com a Academia de Ciências da Bahia e com a Academia Brasileira de Ciências […] e com isso nós estamos também preparando uma série de contagens regressivas, daqui a três semanas nós teremos a reunião anual da SBPC, que vai ser em Curitiba este ano, 75ª reunião, e nós comemoramos agora, dia 8 de julho, sábado que vem, os 75 anos da SBPC, e ainda uma coisa importante, nós estamos numa contagem regressiva para a COP30, que vai ser em 2025, daqui a dois anos, em Belém do Pará,” informa o colunista.
“É um momento importante, o Brasil volta a sediar uma conferência internacional sobre o meio ambiente, que é uma das grandes pautas do mundo hoje, uma vez que nós estamos lutando para sobreviver ao aquecimento climático, manter a vida no nosso planeta. Quer dizer, o Brasil, se continuar o aquecimento climático, corre o risco de perder as praias, perder as cidades litorâneas, o litoral paulista pode sumir e em vários Estados isso pode ser também fatal, imagine Rio de Janeiro, Santos, Salvador, Recife, São Luís,  imagine todas as cidades sob as águas, ou pelo menos em parte sob as águas, vai ser muito difícil, e esse é um papel importante da ciência. Todos nós temos que estar atentos e a USP está de parabéns por ter agora um grupo de trabalho sobre a Amazônia, dirigido, por sinal, pelo vice-presidente da SBPC, Paulo Artaxo, meu companheiro e amigo.”

Ética e Política
A coluna Ética e Política, com o professor Renato Janine Ribeiro, vai ao ar quinzenalmente, quarta-feira às 8h, na Rádio USP (São Paulo 93,7; Ribeirão Preto 107,9) e também no Youtube, com produção da Rádio USP,  Jornal da USP e TV USP.

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