Exercício físico pode reduzir risco de Parkinson em mulheres

Segundo Octávio Pontes Neto, pesquisadores franceses descobriram que mulheres que se exercitam com mais frequência têm até 25% menos risco de desenvolver doença de Parkinson em comparação com aquelas menos ativas

 23/05/2023 - Publicado há 11 meses

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A doença de Parkinson é uma condição neurodegenerativa crônica que afeta principalmente o sistema nervoso central, em particular as áreas do cérebro que controlam o movimento. Ela é caracterizada pela degeneração progressiva das células nervosas (neurônios) responsáveis pela produção de dopamina, um neurotransmissor importante na coordenação dos movimentos.

De acordo com Octávio Pontes Neto, os sintomas da doença de Parkinson geralmente começam de forma leve e gradual e podem variar de pessoa para pessoa. Os principais sintomas motores incluem tremores (geralmente começando em uma das mãos), rigidez muscular, bradicinesia (movimentos lentos), dificuldade em iniciar e controlar movimentos e alterações na postura e equilíbrio. Além disso, também podem ocorrer sintomas não motores, como depressão, distúrbios do sono, problemas de memória e dificuldades no controle da pressão arterial.

A causa exata da doença de Parkinson ainda é desconhecida, mas acredita-se que seja uma combinação de fatores genéticos e ambientais. A idade é um fator de risco importante, pois a doença geralmente se desenvolve em pessoas com mais de 60 anos, embora casos mais raros possam ocorrer em pessoas mais jovens (doença de Parkinson de início precoce).

Pontes Neto comemora o fato de pesquisadores franceses descobrirem que mulheres que se exercitam com mais frequência têm até 25% menos risco de desenvolver doença de Parkinson em comparação com aquelas menos ativas. A atividade física regular na meia-idade pode desempenhar um papel importante na prevenção da doença. Esses resultados são particularmente relevantes porque não há cura para o Parkinson, e os tratamentos disponíveis visam apenas a reduzir os sintomas.

Estudos anteriores sobre a relação entre atividade física e Parkinson foram inconsistentes, com uma associação significativa encontrada em homens, mas não em mulheres. O estudo francês, publicado na revista Neurology, se baseou em dados de quase 99 mil mulheres participantes do estudo E3N, que preencheram questionários sobre atividades físicas ao longo dos anos. Embora a relação entre atividade física e Parkinson seja promissora, mais pesquisas são necessárias para entender completamente o mecanismo subjacente e desenvolver estratégias eficazes de prevenção.


O minuto do Cérebro
A coluna O minuto do Cérebro, com o professor Octávio Pontes Neto, vai ao ar quinzenalmente,  terça-feira às 8h30, na Rádio USP (São Paulo 93,7; Ribeirão Preto 107,9) e também no Youtube, com produção da Rádio USP,  Jornal da USP e TV USP.

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