Consumo de álcool é fator que pode aumentar a agressividade do jovem

João Paulo Lotufo resgata casos de incidentes que terminaram de forma fatal, provocados pelo consumo de bebidas alcoólicas

 08/05/2023 - Publicado há 2 anos

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Os jovens parecem estar mais agressivos nos dias atuais, com o registro de brigas e agressões, principalmente em baladas, um problema que João Paulo Lotufo atribui ao consumo de álcool e de outras drogas. Ele lembra que o álcool, ao ser ingerido, vai para o estômago e, meia hora depois, via corrente sanguínea, chega ao cérebro. Seus efeitos são primeiramente excitatórios, tornando quem o consome mais desinibido e corajoso. “Eu estou cansado de ver, há 30 anos, festas de calouros com bebida alcoólica à vontade e desastres terríveis, como afogamento na piscina da Atlética, como o calouro que saiu embriagado de uma festa de calouro no campus e foi atropelado andando a pé na Raposo Tavares, como o calouro em Minas Gerais, que faleceu em coma alcoólico, era um cara muito simples, o único daquela família que chegou à faculdade fazendo arte circense. Isso ocorre todos os anos”, diz Lotufo. “Todos se acham bebedores sociais e grande parte bebe em excesso, e o álcool é uma droga psicoativa, atua diretamente no cérebro, causando problemas também em diversas outras estruturas do corpo humano.”
De resto, Lotufo, citando a Organização Mundial da Saúde, conta que bebida alcoólica não tem dose segura, quanto maior for a ingestão de álcool, maior o risco de moléstias relacionadas a esse hábito: doenças cardíacas, cânceres, doenças do fígado, doenças mentais, alcoolismo. “E aí  acidentes e violência física, isso é uma constante, mas quem frequenta balada sabe que, no início, a “desinibição e a coragem” são responsáveis por essas brigas e agressões. É só você frequentar um pronto-socorro no fim de semana que a coisa pega: criança vitimizada, mulher espancada, afogamento, tiro, facada, brigas de trânsito etc.
No Canadá, fez-se um movimento restritivo ao consumo do álcool: até duas doses por semana, pode-se manter em níveis baixos a probabilidade de desenvolver doenças; a ingestão de três a seis doses por semana, nunca mais do que duas por dia, eleva de forma moderada os riscos; do sétimo drink em diante, o risco de vir a sofrer consequências na saúde é alto e aumenta a cada dose extra, mas poucas doses já dão coragem à estupidez humana”, finaliza o colunista.

Dr. Bartô e os Doutores da Saúde
A coluna Dr. Bartô e os Doutores da Saúde, com o professor João Paulo Lotufo, vai ao ar quinzenalmente, segunda-feira às 9h, na Rádio USP (São Paulo 93,7 ; Ribeirão Preto 107,9) e também no Youtube, com produção da Rádio USP, Jornal da USP e TV USP.

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