Centro de Estudos de Carbono produz tecnologias centrais para o desenvolvimento sustentável

Carlos Eduardo Cerri fala sobre o CCarbon, projeto lançado pela Esalq, com apoio da Fapesp, o qual representa mais um passo da Universidade de São Paulo em direção à sustentabilidade ambiental

 28/11/2023 - Publicado há 8 meses     Atualizado: 29/11/2023 as 11:55
Reduzir e sequestrar o carbono poluente na atmosfera são os principais propósitos das ações   Foto: RClassen / Flickr CC
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Com o recente aumento dos efeitos da emergência climática, a necessidade de se pensar em políticas de sustentabilidade ganhou ainda mais importância e destaque. Daí o lançamento do Centro de Estudos de Carbono em Agricultura Tropical (CCarbon) pela Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (ESALQ) da Universidade de São Paulo (USP). 

O CCarbon apresenta como objetivos gerar conhecimento, tecnologia, capacitação de recursos humanos e disseminação de soluções baseadas em ‘carbono para sistemas agrícolas tropicais’ em condições de conciliar a crescente demanda por alimentos, fibras e energia com sustentabilidade ambiental, econômica e social. Carlos Eduardo Pellegrino Cerri, professor do Departamento de Ciência do Solo da ESALQ e coordenador do Centro de Estudos, explica que a ação se concentra em tentar adaptar setores, como agricultura e pecuária – extremamente dependentes das condições do clima – e mitigar os impactos das emissões de carbono. 

Desafios 

Carlos Eduardo Cerri – Foto: Arquivo Pessoal

Mesmo com a presença do núcleo no Estado de São Paulo, Cerri avalia que o objetivo é que as políticas e tecnologias desenvolvidas alcancem o Brasil como um todo. Nesse sentido, reduzir e sequestrar o carbono poluente na atmosfera são os principais propósitos das ações. 

“Temos práticas de manejo que podem reduzir as emissões de gases e continuar produzindo alimento, fibra e energia; além de reduzir, temos o desafio também de remover e fixar carbono que está em excesso na atmosfera”, informa o professor. Assim, a partir do processo de fotossíntese, realizar o sequestro desse carbono, o qual pode se fixar de forma mais duradoura no solo. 

Próximos passos

De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), haverá um aumento na necessidade por alimento no mundo e, em especial, no Brasil, uma alta de 40% da produção. Com uma maior e crescente demanda por alimentos de um lado, e as mudanças climáticas por outro lado, há uma grande necessidade de desenvolver tecnologias para auxiliar nesse processo. 

Apesar de já existir meios, Cerri comenta que o próximo passo é ampliar a adoção dessas práticas de manejo que proporcionam a menor emissão e sequestro de carbono e, sobretudo, o investimento em inovação para se desenvolver outras tecnologias. “Precisamos de pesquisa para que se identifique, proponha e adote outras técnicas que ainda nem conhecemos exatamente para enfrentar esse desafio que não é o atual, é futuro. Para isso, precisamos de treinamento, de capacitação e de pesquisadores”, avalia. 

Ação conjunta 

Para a devida efetividade dos conhecimentos produzidos pelo CCarbon, é essencial suas aplicações práticas com o auxílio governamental. “Essa ponte é imprescindível, porque, se algum elo dessa corrente não estiver funcionando, não tem solução. É um problema global muito complexo”, destaca o professor. Para além disso, a relação e valorização do campo devem ser retomadas também, uma vez que qualquer serviço ambiental ligado ao carbono impacta diretamente em toda a sociedade. 

O Brasil, assim, apresenta uma posição de destaque no debate, na medida em que, apesar de não possuir papel expressivo nas emissões de carbono, há uma produção e exportação expressiva de  alimento, fibra e energia. O professor ressalta a presença de uma comitiva de especialistas da USP que irão discutir uma extensa agenda sobre o assunto na COP 28. 


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