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As eleições norte-americanas terminaram com a vitória de Donald Trump, que mais uma vez vai ocupar a presidência dos EUA. Para o professor Alberto do Amaral, a eleição de Donald Trump significa, para as relações da política externa, a celebração do unilateralismo, “que significa considerar os interesses norte-americanos em primeiro lugar, independentemente das regras internacionais existentes. Significa também o isolacionismo […] em terceiro lugar revela o triunfo do supremacismo, que nada mais é do que considerar os interesses norte-americanos acima dos demais interesses”. Ele acrescenta que tudo isso tem uma grande repercussão internacional – entre outros exemplos, diz que a reforma do Conselho de Segurança da ONU não deve ter continuidade no governo Trump, “assim como o pacto celebrado pela Assembleia das Nações Unidas, a agenda 20/30 sobre a sustentabilidade global não deve ter grandes avanços”. Também o Acordo de Paris sobre mudanças climáticas não deverá se beneficiar de qualquer avanço. Um outro aspecto a considerar a respeito da vitória de Trump é o de que haverá “um impacto no enfraquecimento da Aliança Transatlântica, a relação entre os Estados Unidos e a Organização do Tratado do Atlântico Norte, e a existência de uma guerra comercial entre os Estados Unidos e a União Europeia e Estados Unidos e China”.

Para o Brasil, a principal consequência da vitória de Trump consiste na imposição de tarifas às importações de produtos brasileiros por parte dos Estados Unidos. “Os Estados Unidos farão todo o possível para afastar o comprometimento de países latino-americanos com a China, e o Brasil poderá estar abarcado nessa relação”, reflete Amaral. “A própria imposição de tarifas americanas em relação à China afeta o comércio brasileiro em relação àquele país”, que é o grande importador de produtos brasileiros. “Isso deverá ter um impacto nas exportações brasileiras para a China, que são sobretudo de produtos agrícolas – soja e minério de ferro -, enquanto que para os Estados Unidos elas são de máquinas, aviões, produtos mais complexos. Isso tem um efeito direto sobre a economia brasileira.”

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