USP Especiais #9 – Que ritmo é esse? Sons da América Latina: Cuba

Programa traz a sonoridade cubana em suas múltiplas vertentes

 15/04/2020 - Publicado há 4 anos
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USP Especiais #9 - Que ritmo é esse? Sons da América Latina: Cuba
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Viver e desfrutar está na essência do povo cubano. Essa maneira de se colocar na vida torna muito fácil compreendermos a relação e o amor do cubano pela música e como isso é parte dele.

Em época passada, em que os veículos midiáticos praticamente não existiam em Cuba, as pessoas se reuniam às portas das casas para tocar, cantar e dançar. Dificilmente havia alguém na ilha que não manejasse algum instrumento musical ou que se furtasse de entoar cantos. Não saber dançar, então, era uma verdadeira vergonha.

Por terem sidos dizimados durante a colonização, os índios tiveram sua herança apagada da música cubana, restando um material muito escasso e reduzido. Por isso, as marcas que restaram são europeias e africanas nos genes da sua música. Numa visão simplista, a música cubana é uma mistura de ritmos afro-cubanos e euro-cubanos.

A simbiose música e dança em Cuba incorporou um caráter particular, que permitiu ao corpo uma sintonia coesa, por meio de um ritmo complexo e ao mesmo tempo orgânico, natural.

No programa são abordados vários ritmos cubanos, seus percursos históricos, suas características, bem como as relações políticas e estéticas dos seus artesãos. Tem a rumba trazida pelos escravos de Angola e Guiné, com seus movimentos inspirados em animais como o galo, nos rituais dos orixás e nas situações do cotidiano. A habanera, derivada da contradança espanhola e largamente associada às influências rítmicas dos africanos escravizados, com seu canto em ritmo lento, porém carregado de fantasia romântica. Tem também a salsa cubana, que muitos dizem ser apenas um fenômeno comercial, nascido em Nova York, nos anos 70; o mambo, que influenciou a salsa, e a curiosa origem do nome vindo da gíria dos negros: “Estás mambo?”. E o cha-cha-cha, um ritmo derivado do mambo, cujo nome vem do arrastar dos pés durante a dança.

Nos anos 40, o jazz afro-cubano em terras norte-americanas sofreu com o apartheid. Com o racismo da época, os donos das casas de jazz pediam para que tirassem o rótulo de grupos afro-cubanos. Contudo, demonstrando resistência, os músicos mantiveram o respeito a suas origens.

E, por último, o programa aborda o movimento musical da nova trova cubana, que surgiu entre os anos 60 e 70 depois da consolidação da Revolução Cubana, caracterizado pelo seu conteúdo político e, principalmente, pelas críticas anti-imperialistas.

Aproveite a riqueza da música cubana em todos os seus entrelaçamentos históricos, estéticos e políticos, muitas vezes escondidos pelos estereótipos criados.

 

Créditos do programa:

Produção, roteiro e apresentação: Sebastian Díaz Canto (Itza)

Supervisão: Ivan Vilela


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