A automedicação pode trazer sérios riscos à saúde, seja durante a pandemia ou em qualquer outro momento. Na segunda parte da entrevista da professora da Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto da USP Carolina Aires ao USP Analisa, ela discute os perigos dessa prática e também o processo de desenvolvimento de um fármaco.
A docente lembra que, no caso da covid-19, ainda não há um tratamento definido para a cura da doença e não se deve tomar medicamentos sem a indicação de um especialista. “A automedicação pode trazer consequências seríssimas para o organismo da pessoa. No caso da hidroxicloroquina e da cloroquina, esses efeitos colaterais podem causar, por exemplo, cegueira e problemas cardíacos graves. Não existe ainda uma medicação certa para a cura da covid-19. Os estudos estão em andamento, alguns medicamentos estão sendo testados, mas não existe mesmo nenhum protocolo definido. Por isso mesmo é que essa questão da medicação baseada nos conselhos familiares ou então em experiências pessoais não comprovadas deve mesmo ser evitadas”, afirma ela.
Carolina destaca ainda as razões pelas quais o processo de desenvolvimento de medicamentos é tão longo, podendo variar entre dez e 15 anos. “Essa demora é justamente para poder prever o funcionamento, em qual parte da célula esse medicamento vai funcionar, se esse medicamento vai ser indicado para pessoas que têm hipertensão ou se ele vai ser vedado a gestantes. Então todo esse protocolo de desenvolvimento de um medicamento demora porque precisa passar por várias etapas”.
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USP Analisa
O USP Analisa Vai ao ar pela Rádio USP quinzenalmente às sextas-feiras, às 16h:45, e também está disponível nos principais agregadores de podcast. O programa é uma produção conjunta da Rádio USP Ribeirão Preto (107,9 MHz) e do Instituto de Estudos Avançados Polo Ribeirão Preto (IEA-RP) da USP. Apresentação e edição: Thaís Cardoso. Produção: João Henrique Rafael Junior.
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