Em sua tese de doutorado na Faculdade de Odontologia da (FO) USP, a pesquisadora Mayra Torres Vasques desenvolveu placas oclusivas mais precisas para serem usadas por pacientes que têm bruxismo, doença que se caracteriza por provocar o ranger ou apertar dos dentes durante o sono.
“As placas oclusivas, normalmente, são feitas a partir de moldes da boca do paciente, obtidos pelo dentista. A partir disso, as placas são moldadas e, normalmente, necessitam de muitos ajustes, mesmo depois de o paciente já utilizar”, descreveu Mayra em entrevista nesta quinta-feira (19) aos Novos Cientistas.
Em um estudo clínico onde acompanhou pacientes com bruxismo atendidos na FO, a pesquisadora se utilizou da tecnologia que vem sendo desenvolvida no Centro de Recursos de Aprendizagem e Investigação (CRAI). Ela utilizou um software específico e a tecnologia 3D. “O uso da tecnologia 3D na odontologia, aqui no Brasil, ainda é difícil porque 90% dos materiais são importados”, destacou Mayra. Mesmo assim, em sua pesquisa, ela conseguiu desenvolver uma placa oclusiva, destinada a pacientes acometidos por bruxismo, com ajustes mais precisos.
Mayra estudou a interação das diversas dúvidas em relação a estudos que envolvem a construção de próteses oclusais e engenharia de materiais e chegou a tecnologias que permitiram ajustes feitos diretamente no computador e transportados para as impressoras 3D. Todo o trabalho, iniciado em 2015 e concluído em 2018, resultou na tese de doutorado Desenvolvimento de uma técnica de desenho digital e impressão em 3D de placas oclusais e sua aplicabilidade no tratamento de pacientes com disfunção temporomandibular, que teve a orientação da professora Dalva Cruz Lagana, da FO.