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Momento Sociedade
O Momento Sociedade vai ao ar na Rádio USP todas as segundas-feiras, às 8h30 – São Paulo 93,7 MHz e Ribeirão Preto 107,9 MHz e também nos principais agregadores de podcast
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A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da covid, instaurada para apurar possíveis crimes cometidos na gestão da pandemia no Brasil, foi iniciada em abril e acaba de ser prorrogada por mais 90 dias. As sessões ganharam destaque não só entre os parlamentares que se envolveram direta ou indiretamente nos trabalhos do grupo como também entre o cenário político como um todo.
“Essa CPI não vai ‘dar em pizza'”, aponta o professor José Luiz Portella, da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP, no podcast Sociedade em Foco. Portella indica que os impactos da CPI poderão ser encontrados para além das investigações e serão potencializados pelo cenário de polarização e de antecipação do pleito eleitoral de 2022 que o Brasil vive.
Integrantes da CPI, como o relator Renan Calheiros, indicaram que os trabalhos da comissão até aqui já são suficientes para responsabilizar o governo pelo desastre da pandemia. Segundo o professor Portella, a oposição está instigada a provar essa responsabilização e deve aproveitar o recesso parlamentar para isso. “Eles vão usar o recesso para examinar com muito cuidado os documentos sigilosos para fazerem as conexões. E eles têm muitos depoimentos e informações”, analisa.
Quanto à repercussão no âmbito das políticas públicas, o professor enxerga que os impactos devem aparecer na disputa presidencial de 2022. “Todos os candidatos à Presidência vão apresentar programas fortes da saúde relacionados ao SUS (Sistema Único de Saúde) por conta do que está sendo revelado na CPI”, comenta o professor, tendo em vista que o funcionamento e a importância do sistema público de saúde foram escancarados na pandemia. Por fim, as investigações da comissão também “vão provocar uma imensa imersão na questão da desigualdade, porque a CPI trouxe a emoção de mostrar que muita gente ainda fica desassistida. Há uma desigualdade grande no País”.