Sociedade em Foco #83: “CPI não vai ‘acabar em pizza'”, afirma especialista

José Luiz Portella faz balanço dos primeiros meses de trabalho da CPI da covid e indica que impactos devem ser perceptíveis principalmente da disputa presidencial de 2022

 20/07/2021 - Publicado há 3 anos     Atualizado: 27/07/2021 as 13:12
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Sociedade em Foco #83: "CPI não vai 'acabar em pizza'", afirma especialista
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A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da covid, instaurada para apurar possíveis crimes cometidos na gestão da pandemia no Brasil, foi iniciada em abril e acaba de ser prorrogada por mais 90 dias. As sessões ganharam destaque não só entre os parlamentares que se envolveram direta ou indiretamente nos trabalhos do grupo como também entre o cenário político como um todo.

“Essa CPI não vai ‘dar em pizza'”, aponta o professor José Luiz Portella, da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP, no podcast Sociedade em Foco. Portella indica que os impactos da CPI poderão ser encontrados para além das investigações e serão potencializados pelo cenário de polarização e de antecipação do pleito eleitoral de 2022 que o Brasil vive.

Integrantes da CPI, como o relator Renan Calheiros, indicaram que os trabalhos da comissão até aqui já são suficientes para responsabilizar o governo pelo desastre da pandemia. Segundo o professor Portella, a oposição está instigada a provar essa responsabilização e deve aproveitar o recesso parlamentar para isso. “Eles vão usar o recesso para examinar com muito cuidado os documentos sigilosos para fazerem as conexões. E eles têm muitos depoimentos e informações”, analisa.

Quanto à repercussão no âmbito das políticas públicas, o professor enxerga que os impactos devem aparecer na disputa presidencial de 2022. “Todos os candidatos à Presidência vão apresentar programas fortes da saúde relacionados ao SUS (Sistema Único de Saúde) por conta do que está sendo revelado na CPI”, comenta o professor, tendo em vista que o funcionamento e a importância do sistema público de saúde foram escancarados na pandemia. Por fim, as investigações da comissão também “vão provocar uma imensa imersão na questão da desigualdade, porque a CPI trouxe a emoção de mostrar que muita gente ainda fica desassistida. Há uma desigualdade grande no País”.


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