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O desenvolvimento do futebol acompanha um processo crescente de mercantilização. Um exemplo é a compra, pelo City Futebol Group — grupo ao qual pertencem times como o Manchester City —, de vários clubes de futebol espalhados pelo mundo, em países como Índia, China e Uruguai. Os acionistas desse grupo incluem várias empresas do setor financeiro, como a Abu Dhabi United Group (78%), a China Media Capital (12%) e a americana Silver Lakes (10%).
“Estamos tendo agora, em termos fortes, uma primeira multinacional do futebol e esses clubes têm uma relação entre eles, de venda de jogadores”, explica José Luiz Portella, autor de uma tese sobre o assunto e doutor em História Econômica pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP.
Esse movimento do futebol como atividade lucrativa, segundo ele, não atingirá todos os clubes, mas é “inexorável”. Principalmente nos países da América do Sul, com clubes financeiramente fracos e capazes de gerar jogadores famosos. “[Esses times] vão entrar nisso e vão acabar modificando o espírito do futebol que, na minha opinião, mexe com a paixão.” Para conter esse movimento que caminha para o esvaziamento do sentido comunitário dos clubes, Portella defende a necessidade de políticas públicas: “De cada país e da Fifa, que não faz”, afirma o professor.
Momento Sociedade
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