Sociedade em Foco #107: Fragmentação partidária dificulta cumprimento de políticas públicas

Outra consequência abordada pelo professor José Luiz Portella é sobre o não cumprimento do plano de governo pelo presidente, independentemente de quem esteja ocupando o cargo

 05/04/2022 - Publicado há 2 anos
Momento Sociedade - USP
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Sociedade em Foco #107: Fragmentação partidária dificulta cumprimento de políticas públicas
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As mudanças partidárias ocorreram entre março e abril, permitindo que políticos trocassem de partido. Para o professor José Luiz Portella, isso é um problema, pois não há fidelidade ao conjunto de diretrizes do partido. “E é importante dizer que esse é um dos principais motivos para o não andamento das políticas públicas”.

Portella destaca que há uma fragmentação e vários partidos são “aluguéis de legenda”.  “Se, por um lado, é absolutamente justo que qualquer corrente de opinião tenha direito de formar o seu partido”, por outro, é necessário que haja representatividade, já que os partidos recebem auxílio do Estado, como o fundo partidário. 

Outra consequência abordada pelo professor é sobre o não cumprimento do plano de governo pelo presidente, independentemente de quem esteja ocupando o cargo. “Esta fragmentação concorre, primeiro, para o presidente da República não ter uma maioria estável e, seja ele quem for, precisar fazer acordos que vão enfraquecendo o programa de governo e vão facilitando as emendas partidárias”, ressalta. 

Portella explica também que, com essa fragmentação, o centrão, grupo de deputados que se juntam numa espécie de “super partido”, sem ideologia, tem o objetivo de se apropriar do orçamento da União e acaba fazendo com que as políticas públicas não sejam feitas.  “O brasileiro, em geral, como está na luta pela sobrevivência, não consegue enxergar a importância desse manicômio partidário que nós temos”, no caso para determinar o rumo do País.  

 


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