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As mudanças partidárias ocorreram entre março e abril, permitindo que políticos trocassem de partido. Para o professor José Luiz Portella, isso é um problema, pois não há fidelidade ao conjunto de diretrizes do partido. “E é importante dizer que esse é um dos principais motivos para o não andamento das políticas públicas”.
Portella destaca que há uma fragmentação e vários partidos são “aluguéis de legenda”. “Se, por um lado, é absolutamente justo que qualquer corrente de opinião tenha direito de formar o seu partido”, por outro, é necessário que haja representatividade, já que os partidos recebem auxílio do Estado, como o fundo partidário.
Outra consequência abordada pelo professor é sobre o não cumprimento do plano de governo pelo presidente, independentemente de quem esteja ocupando o cargo. “Esta fragmentação concorre, primeiro, para o presidente da República não ter uma maioria estável e, seja ele quem for, precisar fazer acordos que vão enfraquecendo o programa de governo e vão facilitando as emendas partidárias”, ressalta.
Portella explica também que, com essa fragmentação, o centrão, grupo de deputados que se juntam numa espécie de “super partido”, sem ideologia, tem o objetivo de se apropriar do orçamento da União e acaba fazendo com que as políticas públicas não sejam feitas. “O brasileiro, em geral, como está na luta pela sobrevivência, não consegue enxergar a importância desse manicômio partidário que nós temos”, no caso para determinar o rumo do País.