O podcast Saúde Sem Complicações desta semana recebe a médica ginecologista Silvana Maria Quintana, professora do Departamento de Ginecologia e Obstetrícia da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP, para falar sobre a salpingite, processo inflamatório das trompas uterinas que afeta mulheres jovens. É causada por uma bactéria e pode obstruir as trompas de Falópio, que levam os óvulos do ovário ao útero.
A salpingite
A infecção pode ter diversas causas, mas, segundo a professora Silvana, a mais comum é causada pela bactéria Chlamydia trachomatis, adquirida, na maioria das vezes, por contato sexual com um parceiro infectado. No entanto, vale lembrar que, ao decidirem colocar um Dispositivo Intrauterino (DIU), as mulheres podem solicitar uma avaliação médica sobre a possibilidade de estarem infectadas e, assim, prevenir que a inflamação chegue às trompas.
Alguns estudos apontam que as mulheres, geralmente, por volta dos seus 25 anos ou no início da vida sexual, adquirem essa bactéria. Mas 80% das mulheres são assintomáticas; as que apresentam sintomas reclamam de dor aguda na região pélvica, com corrimento de cheiro forte e dor durante a relação sexual.
Por isso, é importante investigar e tratar a salpingite. Segundo a professora, se não tratada, a doença pode deixar sequelas a longo prazo, como a obstrução nas trompas que dificultam a gravidez futura.
A professora explica que o diagnóstico inicial é feito através do toque vaginal. Em casos leves, é necessário tratar a mulher e seu parceiro com antibióticos. Casos mais graves pedem internação da paciente para acompanhamento detalhado e administração de antibióticos intravenosos.
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