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Algumas tendências da música popular brasileira, que deitam raízes na bossa nova, têm por natureza uma crítica reflexiva, que é inquestionável. Considerando que elas trouxeram a brasilidade, frente um colonialismo cultural fortemente presente, no império ao limiar dos anos republicanos. A vertente bantu emprestou a tamboralidade que expressa a corporalidade africana, do corpo como lugar da consciência, como é carnalidade merleau-pontyana. Nessa linha de abordagem é que se inscreve a importância do samba na formação, da bossa nova, da tropicália e na jovem guarda somado as perceptíveis nuances da contracultura e do psicodélico. Considero, ‘aomeu quase cego ver’, que para além dessas tendências em voga, a emergência da negritude musical, que se tem no final da década de oitenta, traz a radicalização da crítica reflexiva, que soube considerar nas suas respectivas musicalidades os traços miscigênicos, decorrentes das matrizes formadoras da nossa cultura. Fenômeno no qual a negritude musical transcende, pois não é somente a indicação da existencialidade negra. Sendo, sobretudo o negro como sujeito, revelando a dimensão existencial na performance – da corporalidade – mostrando também a postura disruptiva da axiologia do protesto musical negro, que se vê na musicalidade da Xênia França, Xico Cesar e Ellen Oléria. Cujo canto é orgânico ao movimento negro.
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Quilombo Academia
O Quilombo Academia é transmitido as quintas-feiras, às 13 horas, com reapresentação aos domingos, às 19 horas e 30 minutos, na Rádio USP São Paulo e Ribeirão Preto, e também por streaming. As edições do programa estão disponibilizadas nos podcasts do Jornal da USP (jornal.usp.br) e nos agregadores de áudio como Spotify, iTunes e Deezer.
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