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O consumo de componentes bioativos na população brasileira é baixo, se comparado com outros países. “Nosso estudo fornece, pela primeira vez, dados da ingestão dos principais compostos bioativos pela população”, informou a nutricionista Renata Alves Carnauba na entrevista desta quinta-feira (16) ao podcast Os Novos Cientistas. No seu estudo de doutorado intitulado Estimativa da ingestão de compostos bioativos pela população brasileira, que teve a orientação do professor Franco Maria Lajolo, Renata analisou dados de consumo alimentar individual de 34.003 indivíduos com idade igual ou superior a 10 anos, incluídos na Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) 2008-2009, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
De acordo com Renata, os resultados encontrados facilitarão a investigação dos efeitos à saúde desses compostos, contribuindo para futuras recomendações de ingestão. A pesquisa realizada pela nutricionista vem suprir lacunas, visto que há escassez de informações sobre a ingestão dos compostos bioativos pela população brasileira. “Procurei estimar a ingestão de carotenoides, compostos fenólicos e glicosinolatos”, descreveu Renata.
De acordo com a nutricionista a ingestão de compostos fenólicos totais foi de 204 mg/dia. A classe mais consumida foi a dos ácidos fenólicos (83,2mg/dia), seguida dos flavonoides (64 mg/dia). O café, o suco de laranja e a laranja foram os três principais contribuintes para a ingestão de compostos fenólicos totais. Com relação aos carotenoides, o licopeno e o β-caroteno foram as classes mais consumidas (619,6 e 451,2 mcg/dia, respectivamente), contribuindo de forma importante para a ingestão de carotenoides totais, que foi de 1782,2 mcg/dia. A abóbora, o tomate e a couve foram os maiores contribuintes alimentares para o consumo de carotenoides. “Devido à presença de glicosinolatos em um reduzido número de alimentos, a ingestão desse grupo apresentou-se muito baixa”, contou Renata.