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“Essa gunga veio de lá!” – sinos e sineiros na África Centro-Ocidental e no Brasil centro-africano é o trabalho de doutorado realizado pelo historiador Rafael Benvindo Figueiredo Galante, na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP, que teve a orientação da professora Maria Cristina Cortez Wissenbach. O historiador foi o entrevistado desta quinta-feira (27) no podcast Os Novos Cientistas.
“Minha pesquisa aborda as várias tradições sineiras do Brasil a partir da chegada dos povos africanos, principalmente os da África Centro-Ocidental”, descreveu o pesquisador. O estudo, como destacou Rafael Galante, analisa os múltiplos sentidos que os sinos e seus sineiros tiveram ao longo da história a partir dos africanos e seus descendentes. Segundo o historiador, entendendo a centralidade que os sineiros africanos e seus descendentes afro-brasileiros tiveram nesse processo, o estudo parte da premissa de que suas experiências históricas e respectivas construções de tradições culturais diaspóricas só podem ser efetivamente compreendidas a partir da historicidade dos próprios legados civilizatórios africanos.
Como descreveu Rafael Galante, apesar de os sinos terem sido valorizados, como em Minas Gerais, “não havia a noção de que a tradição é de origem afrocultural”. Para a sua pesquisa, o pesquisador buscou fontes históricas, principalmente do final do século 15. “Posso dizer que o eixo de meu estudo está ligado ao Brasil do século 19, durante o processo de independência do País”, disse. Ele também salientou que os sineiros sempre foram africanos ou filhos de africanos. “Afinal, tratava-se de uma atividade perigosa que foi transferida à população de escravos e ex-escravos”, contou.
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