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Em seus 30 anos de existência, o Mercosul passou por períodos de evolução, estagnação e até retrocesso. “Mesmo assim, podemos dizer que o bloco está consolidado”, descreveu a geógrafa e internacionalista Tatiana de Souza Leite Garcia na entrevista desta quinta-feira (9) no podcast Os Novos Cientistas. Ela é autora da tese de doutorado intitulada Desafios da integração sul-americana : as políticas de meio ambiente e de transportes no Mercosul (2009-2019), defendida na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP sob a orientação do professor Wanderley Messias da Costa.
Em sua análise, Tatiana constata que houve, de fato, uma evolução na implementação dos acordos entre os membros do bloco, especialmente nas questões que envolvem circulação de pessoas. Contudo, no que se refere às questões relacionadas a políticas macroeconômicas comuns, ainda não se chegou a um ideal. “É comum ouvirmos comentários sobre a possibilidade de adoção de uma moeda comum. Isso não acontecerá no Mercosul porque depende muito dos interesses dos chefes de Estados que compõem o bloco econômico”, disse a pesquisadora.
A pesquisa de Tatiana teve início em 2017. Ela mostra em seu estudo que dentro do Mercosul existem entendimentos sobre como harmonizar as legislações ambientais e fortalecer compromissos que são levados ao cenário internacional. No que se refere a transporte, estão as questões mais ligadas ao nosso dia a dia. “Posso citar, como exemplos, os documentos para circulação de veículos, em que já existe um padrão de documentação para a circulação entre as fronteiras de Brasil, Paraguai, Uruguai e Argentina e a própria placa Mercosul, que vem sendo implantada nos veículos”, destacou. O Mercosul conseguiu favorecer seus países membros junto ao comércio internacional e, para o Brasil, é muito importante. “Nosso país possui o maior contingente populacional e tem a maior fronteira. Além disso, a maior parte dos nossos produtos manufaturados é exportada aos outros membros do bloco”, afirmou a pesquisadora.