Mulheres negras têm, historicamente, dificuldades de inserção no mercado de trabalho

Projeto de pós-doutorado da USP analisa as desigualdades de oportunidades para a inserção e desenvolvimento profissional das mulheres negras

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 27/07/2023 - Publicado há 12 meses
Jornal da USP
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Mulheres negras têm, historicamente, dificuldades de inserção no mercado de trabalho
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Na entrevista desta quinta-feira (27) no podcast Os Novos Cientistas, a professora Antonia Aparecida Quintão destacou que o letramento sobre questões raciais será uma das armas mais eficazes para combater as discriminações sofridas pelas mulheres negras no mercado de trabalho. Ela é autora de um projeto de pós-doutorado desenvolvido na Faculdade de Economia, Administração, Contabilidade e Atuária (FEA) da USP. Em sua pesquisa, intitulada O impacto do racismo para o desenvolvimento profissional de mulheres negras nas organizações de São Paulo, ela contou com a supervisão da professora Sílvia Pereira de Castro Casa Nova.

Um dos principais objetivos do projeto é aproximar a universidade da sociedade brasileira em uma perspectiva decolonial. “As disparidades de oportunidades, cargos e salários para as mulheres negras no mercado de trabalho não são recentes”, declarou a docente. Segundo ela “as desigualdades de oportunidades no mercado de trabalho, tanto formal quanto informal, têm sido historicamente uma realidade no cotidiano das mulheres negras”. E, nesse contexto, há outro objetivo: dar voz às mulheres negras inseridas nas organizações, garantindo o seu protagonismo para analisar e avaliar o impacto do racismo na sua vida profissional e social.

Considerando a sua formação como um processo constante, a professora Antonia Quintão atuou como coordenadora dos cursos de pós-graduação lato sensu na Universidade Presbiteriana Mackenzie, onde atualmente leciona e orienta pesquisas sobre Diversidade Racial nas Organizações. Ela também é a atual presidenta do Geledés – Instituto da Mulher Negra. “Foi fundamental para a minha formação e uma enorme alegria ter conhecido o Geledés, ainda nos anos 1990″, disse. Em seu projeto na FEA, a professora analisou organizações situadas na cidade de São Paulo, sendo a maior parte privada e duas públicas de setores diversos, e entrevistou profissionais negras.

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