No Momento Sociedade de hoje (8), o professor José Luiz Portella comenta o início de um novo ano legislativo. Diante das novas agendas sendo discutidas, quais são as pautas e as prioridades? Quais são os novos projetos de governo a serem avaliados?
A nova agenda deve ser pautada, predominantemente, por pautas envolvendo a economia e a realidade da pandemia da covid-19. Portella aponta que é necessário haver uma convergência entre a agenda do governo e a agenda do Congresso, o que não é simples. Ainda que Arthur Lira tenha sido eleito para a liderança da Câmara dos Deputados, apoiado pelo governo Bolsonaro, a tarefa continua sendo difícil.
“As vitórias foram construídas por conta de uma maioria parlamentar com interesses parlamentares, que não se estendem necessariamente às questões que serão colocadas agora em discussão”, aponta. A pluralidade de posicionamentos diante das pautas, então, é uma dificuldade para as tomadas de decisão.
O auxílio emergencial é a questão principal entre os assuntos econômicos. Segundo o professor, existem duas ações a serem analisadas pelo Congresso. Uma é robustecer o Bolsa Família, incluindo ainda mais famílias no programa e, posteriormente, diminuir o valor do auxílio para essas. Outra opção apresentada é manter o auxílio emergencial, como já existe, por mais cinco ou seis meses, período de tempo que se imagina a duração da pandemia.
José Luiz Portella acredita que a primeira opção é a mais estruturada, mas ainda não há nada decidido. Pontua também que “o Brasil sempre trata as coisas com o imediatismo do momento”. Para ele, é importante que haja continuidade na discussão dessas pautas e que deve se pensar em uma reforma política para estabilizar os projetos.
“O Brasil precisa de um modelo sistêmico que funcione por bastante tempo com uma visão definida e clara. Para que nós tenhamos crescimento é preciso, sobretudo, ter um plano mais longo. Isso vai depender do governo, como ele vai encaminhar a agenda para o Congresso”, encerra.
Momento Sociedade
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