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Muitos podem não saber, mas as feridas que aparecem na língua podem ser sinais de sífilis e, nesses casos, todo cuidado é pouco. Essas condições, que podem parecer simples no início, precisam ser cuidadas, para que não virem algo grave no futuro, pois podem levar, inclusive, à morte.
No Momento Odontologia desta semana, a professora Cássia Maria Fischer Rubira, da Faculdade de Odontologia de Bauru (FOB) da USP, conta que é mais comum aparecerem lesões como feridas, rachaduras, manchas e erupções na língua e, quando isso acontece, é importante que a pessoa procure um profissional da saúde, para que seja executado um exame clínico minucioso e determinar a possível causa dessa lesão.
A professora alerta que toda alteração do aspecto normal da língua é um motivo de preocupação. Segundo Cássia, a presença de lesões na língua é considerada um distúrbio em relação à saúde bucal e também pode refletir doenças sistêmicas, como a anemia. “Lesões localizadas na língua podem ser resultado de doenças de origem infecciosa, traumática ou até mesmo neoplásica.”
Por terem vários tipos de origem, é essencial que o diagnóstico seja feito corretamente, para que essas condições sejam tratadas de forma adequada. Tanto o diagnóstico quanto o tratamento só podem ser feitos por um profissional, seja ele um cirurgião dentista ou um médico.
Sífilis
A professora explica que a sífilis é causada por uma bactéria, é uma doença infectocontagiosa, sistêmica, e a sua transmissão é predominantemente sexual, ou seja, o primeiro contato com a bactéria se dá nas partes íntimas.
Quando o contato com essa bactéria se dá fora dessas áreas (íntimas), normalmente acontece na cavidade bucal e, na maioria das vezes, nos lábios e na língua. “Com isso, ocorre a presença de uma ferida, devido ao contato com essa bactéria”, destaca Cássia.
Nesses casos, é uma ferida que não cicatriza, presente na boca por mais ou menos um mês e que não provoca dor. Normalmente ela regride espontaneamente e, por isso, “a pessoa não procura o auxílio de um profissional”.
Características
“A sífilis é conhecida por várias fases da doença, devido à sua cronicidade”, explica Cássia. A doença tem a fase primária, quando há contato com a bactéria. Depois, vem a fase secundária, que pode ser um pouco mais duradoura. E, por fim, a terciária, a mais grave. Conta Cássia que “o indivíduo não tratado pode evoluir para a fase terciária e apresentar grandes nódulos na língua”.
Tratamento
Quando a sífilis for diagnosticada, através de exames laboratoriais, provas sorológicas, ou até mesmo biópsia, o paciente tem que ser encaminhado para o serviço médico, que vai tratar com antibiótico, que é efetivo e faz com que a doença seja eliminada.
“O indivíduo portador de sífilis prejudica a si mesmo e aos outros”, alerta a professora. Como é uma doença infectocontagiosa e a sua transmissão é predominantemente sexual, um portador de sífilis pode transmitir a condição para o seu parceiro ou sua parceira. Além disso, a mulher portadora de sífilis, que esteja grávida, pode passar para o feto também.
A doença tem que ser tratada de forma correta, respeitando a medicação e o prazo prescritos. Se a condição não for tratada, ou for tratada incorretamente, pode avançar para a fase mais grave, que traz complicações sérias para órgãos como o coração e cérebro, levando o paciente à morte. “A prevenção é fundamental e o tratamento deve ser o mais precoce possível.”
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