Momento Odontologia #65: Enxaguantes bucais não devem substituir a escovação e o fio dental

Essas substâncias são complementares na higienização bucal e devem ser utilizadas somente em situações específicas, como gengivite e periodontite, por exemplo, e sempre com a indicação do cirurgião-dentista

 03/08/2020 - Publicado há 4 anos
Momento Odontologia - USP
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Momento Odontologia #65: Enxaguantes bucais não devem substituir a escovação e o fio dental
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Para uma boa higiene bucal é preciso escovar os dentes e usar o fio dental a cada refeição, mas muita gente também tem o hábito de fazer bochechos com antisséptico bucal, ou simplesmente enxaguante bucal. Mas esses enxaguantes são somente métodos complementares para a higiene bucal, que auxiliam no controle da placa e da gengivite, como explica a professora Adriana SantAnna, da disciplina de Periodontia da Faculdade de Odontologia de Bauru (FOB) da USP, no Momento Odontologia desta semana. 

A professora alerta que não são todas as pessoas que precisam usar o enxaguante após a higienização. “A pessoa que não tem doença bucal, como gengivite, periodontite ou cárie, não precisa usar enxaguante após a higienização, mas deve fazer consultas regulares ao dentista, pelo menos uma vez a cada seis meses, para a profilaxia e receber orientação profissional.” 

Dependendo da situação clínica, o cirurgião-dentista pode fazer a indicação de um enxaguante e determinar o tipo e a forma de uso. “A substância deve ser efetiva para a finalidade específica, como, por exemplo, aqueles que têm alto risco de cárie ou têm gengivite é necessário enxaguantes com propriedades antiplaca ou antigengivite. Mas a indicação precisa ser sempre do cirurgião-dentista.” 

Os enxaguantes também podem ser coadjuvantes no tratamento da exposição radicular, quando a gengiva fica exposta e causa aquela dorzinha chata no contato com algo gelado, por exemplo. “Os enxaguantes ajudam muito na redução dessa sensibilidade e os mais utilizados normalmente contêm flúor e outras substâncias ativas com a função de fechar os túbulos dentinários expostos (canais microscópicos que ficam por baixo da superfície do esmalte até o interior do dente, chamado de polpa) para diminuírem a sensação de dor. “O uso nessas circunstâncias também não é tratamento, é um método adjunto, que ajuda nos sintomas. O tratamento é o cirurgião-dentista quem vai indicar.”

Sobre algumas publicações científicas associarem o uso exagerado de enxaguantes bucais ao desenvolvimento de câncer, Adriana diz que o assunto é controverso, alguns estudos não relacionam, mas outros, in vitro, sugerem essa possibilidade. A professora lembra que enxaguantes são à base de álcool, substância considerada agente carcinogênico. 

Os enxaguantes, segundo Adriana, também não devem ser utilizados por pessoas que têm alergia aos seus componentes, situação rara, mas que pode acontecer. “Não precisa ser utilizado quando o paciente é saudável, não tem doença bucal, como, por exemplo, cáries, gengivite e periodontite.”

 A professora reafirma que o método de prevenção primário é a escova e o uso do fio dental. “Algumas pessoas tendem a substituí-los, deixam de escovar os dentes, e fazem bochechos com enxaguantes, mas eles não substituem em nada a escova e o fio dental, eles se somam”, alerta. 

Ouça este episódio do Momento Odontologia na íntegra no player acima.

Produção e Apresentação Rosemeire Talamone
CoProdução: Alexandra Mussolino de Queiroz (FORP), Letícia Acquaviva (FO), Paula Marques e Tiago Rodella (FOB)
Edição: Rádio USP Ribeirão
E-mail: ouvinte@usp.br
Você pode sintonizar a Rádio USP em São Paulo FM 107,9; ou Ribeirão Preto FM 107.9, ou pela internet em www.jornal.usp.br ou pelo aplicativo no celular para Android e iOS  
 
 

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