Momento Cidade #08: Você sabe para que servem as bibliotecas públicas de São Paulo?

A capital paulista tem 54 bibliotecas públicas municipais, número que nem sempre atende às demandas de uma população de 12 milhões de pessoas. Para especialistas da USP, uma cidade que investe em bibliotecas públicas é um lugar mais tolerante, mais justo, mais igualitário e menos violento

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 23/08/2019 - Publicado há 5 anos
Momento Cidade - USP
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Momento Cidade #08: Você sabe para que servem as bibliotecas públicas de São Paulo?
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De acordo com dados de 2018 da Coordenadoria do Sistema Municipal de Bibliotecas de São Paulo, a capital paulista tem 54 bibliotecas públicas municipais. Os espaços estão espalhados entre as quatro regiões da cidade, as chamadas zonas leste, sul, norte e oeste. O acervo somado dessas bibliotecas é de 1.916 milhões de itens e, no último ano, foram registrados 648 mil empréstimos.

Apesar de os números serem impressionantes a princípio, com uma população de 12 milhões de pessoas, a quantidade limitada de bibliotecas não atende grande parte da população que, muitas vezes, desconhece seus vários serviços que vão além do empréstimo de livros. Ciente disso, o Momento Cidade desta semana faz a pergunta: você sabe para que servem as bibliotecas públicas de São Paulo?

As bibliotecas vêm se reinventando, hoje uma biblioteca pública não é de forma alguma ‘mais um local de livros’, pura e simplesmente. Hoje, a biblioteca pública é um centro cultural”, explica Gabriela Pedrão, bibliotecária formada na USP em Ribeirão Preto, que defendeu um doutorado na área de Ciências da Informação e, paralelamente, possui um canal no YouTube em que conversa um pouco sobre literatura e biblioteconomia.

Para ela, “é muito importante as pessoas entenderem que a biblioteca hoje é um local que abrange muito mais do que apenas a literatura e sair daquela versão rotulada de biblioteca silenciosa e restritiva”. 

Esta opinião é partilhada pela especialista Adriana Ferrari, ex-diretora do Sistema Integrado de Bibliotecas (SIbi) da USP e atual diretora da Biblioteca Florestan Fernandes da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP. Para ela, as bibliotecas existem para fazer “pessoas felizes”. A bibliotecária, que foi coordenadora da Unidade de Bibliotecas e Leitura na Secretaria de Estado da Cultura do Governo de São Paulo (2007-2015) e idealizou os projetos da Biblioteca de São Paulo e da Biblioteca Parque Vila Lobos, defende prioritariamente esses espaços como “lugares de pessoas”, que devem ser acessíveis para todos.

Quando questionada sobre como ela enxergaria uma São Paulo com uma rede maior de bibliotecas, que oferecem múltiplos serviços para a população, Adriana foi categórica ao afirmar que vê “uma São Paulo mais humana” já que, “uma cidade que investe na cultura é uma cidade mais tolerante, mais humana, mais justa, mais igualitária e menos violenta”.

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Ficha técnica

Reportagem: Denis Pacheco e Pedro Ezequiel Barros
Edição: Rafael Simões, Beatriz Juska e Paulo Calderaro


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