Medição de temperatura por sensores instalados em pivô central pode melhorar produtividade de cana-de-açúcar

Engenheiro agrônomo testou o uso dos sensores infravermelhos instalados no pivô de irrigação de um canavial. O manejo de água é essencial para aumentar a produtividade e garantir a longevidade dos canaviais

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 30/09/2021 - Publicado há 3 anos
Novos Cientistas - USP
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Medição de temperatura por sensores instalados em pivô central pode melhorar produtividade de cana-de-açúcar
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O engenheiro agrônomo Luciano Sobral Fraga Júnior realizou na Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), da USP em Piracicaba, experimentos em que mediu a temperatura do dossel da cana-de-açúcar utilizando sensores instalados no pivô central de irrigação. Os resultados constam na tese de doutorado de Fraga Júnior intitulada Medição da temperatura do dossel da cana-de-açúcar por sensores de infravermelho fixados no pivô central , que teve a orientação do professor Marcos Vinicius Folegatti. Na entrevista desta quinta-feira (30) em Os Novos Cientistas, o engenheiro descreveu sobre seu trabalho, que foi realizado na fazenda experimental Areão da Esalq.

Segundo o pesquisador, o dossel é a parte superior da folhagem de uma cultura como a cana-de-açucar. “O manejo de água é essencial para aumentar a produtividade e garantir a longevidade dos canaviais”, explicou. De acordo com Fraga Júnior, o objetivo deste trabalho foi determinar a temperatura do dossel e do solo utilizando sensores de infravermelho com diferentes ângulos de visão fixados no pivô central e avaliar a distribuição espacial da temperatura obtida enquanto o pivô se desloca na área cultivada. O pivô central é um equipamento de irrigação que aplica água por aspersão e se desloca ao longo da área. Durante o deslocamento, ele vai aplicando uma lâmina d’água que foi previamente calculada.

A medição de temperatura utilizando sensores infravermelhos, segundo Fraga Júnior, vem desde a década de 1980. A temperatura da folha, segundo o engenheiro agrônomo, é um indicativo de estresse hídrico. “Quando a planta transpira, ela perde água da folha para atmosfera e nesse processo ela acaba arrefecendo, ou  seja, reduzindo a sua temperatura em relação a temperatura do ar no ambiente em que ela está sendo cultivada”, descreveu. Hoje existem tecnologias como imagem de satélite e drones capazes de medir a temperatura de uma só vez. “No caso dos sensores que utilizei, eles fazem a leitura pontual. Mas, como eu usei o deslocamento do pivô central para fazer essa leitura  foi possível  gerar um mapa de temperatura e estimar um índice de estresse hídrico”, explicou o pesquisador.


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