Contra a ideia de que a música de Johann Sebastian Bach seria uma “música pura”, isenta de intenções poéticas e pictóricas – defendida por grupos de músicos e musicólogos do início do século 20, na Europa -, Albert Schweitzer (1875-1965) enfatizou que Bach é “poeta e pintor” na música, capaz de, através dos sons, reproduzir com a máxima vivacidade e clareza o conteúdo do texto. Com isso, Schweitzer contribuiu para estabelecer uma nova forma de interpretar e sentir a obra do compositor alemão.
Essas são algumas informações dadas nesta edição do podcast Manhã com Bach sobre o teólogo, filósofo, organista, médico, pastor e professor alemão Albert Schweitzer, um dos maiores intérpretes da música de Bach do século 20. Em três programas, o podcast está comemorando os 150 anos de Schweitzer. Nesta edição, Manhã com Bach exibe, na interpretação de Schweitzer, duas peças de Bach: o Prelúdio e Fuga em Dó Maior (BWV 545) e a Fantasia e Fuga em Sol Menor (BWV 542), ambas para órgão. Também é exibido nesta edição o moteto Singet dem Herrn ein neues Lied, “Cantai ao Senhor uma nova canção” (BWV 225).
Nascido no dia 14 de janeiro de 1875 na região da Alsácia – então território alemão, hoje pertencente à França -, Schweitzer é considerado um precursor da bioética e do movimento ecológico graças a um conceito que ele formulou, a “reverência à vida” (Erfurcht vor dem Leben), que consiste no mais profundo respeito a todas as formas de vida existentes. Em 1905, quando era professor da Faculdade de Teologia da Universidade de Estrasburgo, na Alsácia, e já consagrado como pensador e organista, ele resolveu estudar medicina. Depois de formado médico, foi para a comunidade de Lambarene, na então chamada África Equatorial Francesa, o atual Gabão, e ali fundou um hospital, a que dedicou toda a vida. Por isso, em 1952, ele foi agraciado com o Prêmio Nobel da Paz.
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