Jornal da USP no Ar – Medicina #15: Novas linhas de tratamento para asma grave e câncer agressivo de mama

Tratamento da asma deve focar na inflamação e não apenas nos sintomas. “Nos últimos anos, temos de três a seis mortes por asma todos os dias no mundo”, destaca Rafael Stelmach, chefe do Ambulatório de Asma do Incor. E um novo tratamento para câncer de mama agressivo reduz efeitos colaterais. Maria Del Pilar Estevez Diz, chefe da Oncologia Clínica do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp), explica que o medicamento é absorvido por célula tumoral, reduzindo efeitos colaterais

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 27/09/2019 - Publicado há 5 anos
Jornal da USP no ar: Medicina
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Jornal da USP no Ar – Medicina #15: Novas linhas de tratamento para asma grave e câncer agressivo de mama
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No Brasil, estima-se que a prevalência de asma seja em torno de 10% da população, sendo que os casos de asma grave estão abaixo de 5% do total. Em 2008, a asma foi a terceira causa de internação hospitalar pelo SUS, com cerca de 300 mil hospitalizações ao ano. O Ministério da Saúde abriu consulta pública para avaliar a incorporação do medicamento omalizumabe. Ele é indicado para tratamento da asma alérgica grave em pacientes que não conseguiram o controle da doença, apesar do tratamento preconizado. O Jornal da USP no Ar conversou com o doutor Rafael Stelmach, da Divisão de Pneumologia do Instituto do Coração (Incor) do Hospital das Clínicas (HC) da Faculdade de Medicina (FM) da USP, chefe do Ambulatório de Asma do Incor e embaixador da Iniciativa Global para Asma (Gina) no Brasil.

Stelmach esclarece que o omalizumabe já é utilizado no Brasil há mais de 15 anos. A utilização do medicamento acontece em grande parte na rede privada. Na rede pública, o remédio já foi obtido através de ações judiciais ou administrativas junto à Secretaria Estadual de Saúde de São Paulo. No Ambulatório de Asma do Incor, o omalizumabe faz parte da medicação padrão há quase seis anos, mesmo não sendo disponibilizado via SUS.

Diferente do que se imagina, a morte por asma não é rara. “Nos últimos anos, temos de três a seis mortes por asma todos os dias no mundo”, destaca o embaixador da Gina no Brasil. “São mortes provocadas pelo não cuidado; o tratamento é muito eficaz, mas sem ele pode ocorrer um fechamento agudo das vias aéreas, impossibilitando a respiração do paciente.”

Outro tema do episódio de hoje, o câncer é uma doença que assusta e preocupa por ter tratamentos intensos e com efeitos colaterais fortes, como a queda de cabelo. Um novo tratamento quimioterápico chamado T-DM1 para o câncer de mama agressivo apresenta menos efeitos adversos e tem comprovação de eficácia, com redução de 50% do risco de recorrência e morte em pacientes. O Jornal da USP no Ar conversa com a doutora Maria Del Pilar Estevez Diz, chefe da Oncologia Clínica do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp), sobre o assunto.

Segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca), cerca de 60 mil novos casos de tumores de mama são diagnosticados por ano no Brasil. O tipo HER2-positivo é uma forma particularmente agressiva da doença –  com alta taxa de proliferação, ele afeta entre 15% e 20% das mulheres. “Antes de haver um tratamento específico para esse grupo de pacientes, tínhamos uma taxa de mortalidade bastante elevada”, discorre a doutora Del Pilar, e avança: “Há mais de dez anos foi desenvolvido um anticorpo monoclonal, chamado Trastuzumab, para o tratamento do HER-2”. Com isso, além do tratamento convencional – cirurgia, quimioterapia, radioterapia –, as pacientes começaram a receber o Trastuzumab, resultando em um aumento da expectativa de vida.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou o uso do T-DM-1 em pacientes com câncer HER2-positivo, em estágio inicial, que apresentam doença residual invasiva depois de terapia prévia à cirurgia. Antes, o medicamento era exclusivo para paciente em estado de metástase.

Não se esqueça, essas e outras entrevistas você acompanha de segunda a sexta, das 7h30 a 9h30, na Rádio USP 93,7 em São Paulo, e 107,9 em Ribeirão Preto e streaming. Você pode baixar o podcast e ouvir a qualquer hora, acessando jornal.usp.br  ou utilizar seu agregador de podcast preferido, no Spotify, iTunes e CastBox.

Apresentação e produção: Roxane Ré

Edição de Som: Cido Tavares


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