O conceito de imunidade de rebanho – ou imunidade coletiva – tem aparecido em discussões sobre estratégias para o combate à pandemia da covid-19. O termo se refere ao cenário no qual a quantidade de pessoas imunizadas atinge um nível em que o sars-cov-2, vírus da covid-19, tem dificuldades em infectar novas pessoas que ainda não foram imunizadas, dando descontinuidade ao contágio e reduzindo sua taxa de transmissão.
Essa ideia ganhou repercussão entre aqueles que são contra medidas de isolamento social, nesse cenário hipotético aqueles em risco mínimo de morte devem viver normalmente para obter uma imunidade natural contra o vírus, e assim reduzir a taxa de transmissão.
No podcast Fake News não Pod desta semana, apresentado por Laura Colete Cunha, a acadêmica Rayanne Poletti Guimarães pontua alguns dos equívocos relacionados a esse cenário e o porquê de a imunidade coletiva sem o uso de vacinas não ser a melhor estratégia de combate à covid-19.
A imunidade de rebanho, adquirida naturalmente, só é possível caso a resposta imune contra o vírus seja duradoura, o que ainda não é claro para a covid-19. É necessário ainda considerar que grupos de risco, como idosos, obesos e portadores de doenças crônicas, como diabetes e hipertensão, compõem uma grande parte da população brasileira, incluindo crianças, jovens e adultos, que, nesse cenário, estariam em contato direto com muitas pessoas por dia, ao saírem de casa para trabalhar, estudar e fazer compras. Além disso, muitos idosos moram com suas famílias, compostas justamente por indivíduos que estariam em livre circulação. Portanto, se seguíssemos esse cenário de exposição ao vírus, uma superlotação do sistema de saúde seria inevitável.
Sim, a quarentena afeta a vida de todos e ninguém gosta de ficar restrito em casa. No entanto, para ser eficaz e não durar um ou dois anos, é necessário que haja muita adesão da população à quarentena e às medidas de higiene pessoal. Portanto, continuar com nossas atuais medidas protetivas ainda é extremamente necessário para frear o contágio enquanto não temos vacina para todos!
Fake News não Pod
Produção: Vydia Academics, Pretty Much Science (PMScience),
Projeto: João Fake News (bit.ly/JoaoFakeNews).
Roteirista e apresentadora: Laura Colete Cunha
Coprodução e Edição: Rádio USP Ribeirão Preto
Coordenação: Rosemeire Talamone
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