Estudo expõe dificuldades do trabalho de camareiras de hotéis em SP

Pesquisa realizada na Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH) da USP mostra a realidade destas profissionais que atuam em boa parte da grande rede hoteleira da cidade

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 15/07/2021 - Publicado há 3 anos
Novos Cientistas - USP
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Estudo expõe dificuldades do trabalho de camareiras de hotéis em SP
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Com a pandemia de covid-19, as condições de trabalho das mulheres que atuam como camareiras em hotéis da cidade de São Paulo ficaram mais difíceis. “Como resultado do desemprego que ocorreu no setor, o trabalho dessas mulheres se intensificou. Pela legislação trabalhista as condições são até que aceitáveis, mas depois que começou a pandemia houve muitas demissões e afastamentos não remunerados, o que as deixou sem o suporte”, avaliou Gabriela Ferreira Camargo, que foi a entrevistada desta quinta-feira (15) no podcast Os Novos Cientistas.

Sob a orientação do professor Alexandre Panosso Neto, a pesquisadora desenvolveu o estudo intitulado Condições de trabalho das camareiras de hotéis de alto padrão em São Paulo (SP). A pesquisa de mestrado, realizada na Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH) da USP, teve início em 2018. “Foi quando busquei um panorama da hotelaria, levantei teorias sobre a qualidade de vida no trabalho e montei entrevistas em profundidade com camareiras de hotéis em São Paulo”, descreveu a pesquisadora.

Ao todo, Gabriela envolveu cinco hotéis de alto padrão em seu estudo, sendo quatro na cidade de São Paulo e um na Baixada Santista. A pesquisa não estimou o número de mulheres que exercem essa função em São Paulo. “Não temos também um número preciso de quantos hotéis existem na cidade”, justificou Gabriela. “Os hotéis estão sempre em plataformas diferentes e muitos fecharam ou diminuíram o número de funcionários.” Com relação aos direitos trabalhistas, Gabriela contou que elas têm direito a registro em carteira, 13º salário e trabalham, em geral, com apenas uma folga na semana. “Nas entrevistas ficou claro que elas reivindicam dois dias de folga que, preferencialmente, ao menos um seja num final de semana”, observou Gabriela. Segundo ela, os hotéis maiores têm uma infraestrutura melhor e geralmente seguem as legislações oferecendo até melhores salários.


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