Cineasta indígena atua como tradutor de seu povo em seus filmes

Dois filmes do cineasta indígena Zezinho Yube foram analisado em pesquisa de mestrado realizada na Escola de Comunicações e Artes (ECA) da USP

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 16/05/2024 - Publicado há 1 mês
Novos Cientistas - USP
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Cineasta indígena atua como tradutor de seu povo em seus filmes
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No episódio desta quinta-feira (16) do podcast Os Novos Cientistas, a jornalista Veriana Ribeiro Alves contou como realizou seu estudo de mestrado na Escola de Comunicações e Artes (ECA) da USP. Na pesquisa intitulada O cinema documentário de Zezinho Yube, Veriana analisou duas produções do diretor José de Lima Kaxinawá, conhecido como Zezinho Yube. O estudo contou com a orientação do professor Henri Pierre Arraes de Alencar Gervaiseau.

As produções analisadas pela jornalista foram Ma Ê Dami Xina – Já me transformei em imagem (2008) e Kene Yuxi – As voltas do Kene (2010). “Esses filmes nos mostram que ele acaba sendo um tradutor do seu povo, para aqueles que não fazem parte da comunidade indígena. Ele nos insere, por meio do audiovisual, num universo particular que é criado a partir da relação entre quem filma e quem é filmado”, descreveu Veriana.

Veriana iniciou sua pesquisa em 2020, após ter contato com as produções de Zezinho Yube por intermédio do projeto “Vídeo nas Aldeias”, que trabalha na formação de cineastas indígenas. Como narrou a jornalista, a mediação exercida pelo cineasta vem do trabalho próximo que ele faz com as comunidades. De acordo ela, nas produções do Vídeo nas Aldeias, uma metodologia muito comum é fazer uma oficina de captação de vídeo para que os cineastas escolham seus personagens. “Nas oficinas, o processo de escolha dos personagens se dá junto com a comunidade. Em todos os dias de gravação, no final do trabalho, as cenas são exibidas à comunidade que opina sobre o que foi gravado”, descreveu Veriana.

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