Uma eleição serve para expressar a vontade da maioria do povo. Na Venezuela, serve para aumentar a tensão entre dois grupos que se opõem de forma agressiva e até violenta. O resultado da eleição de 28 de julho somente deve aumentar a espiral de crise institucional do país, já bastante desgastado com a disputa entre chavistas e antichavistas.
A divulgação do resultado, feito de forma rápida e sem transparência na apresentação das atas eleitorais, aumentou a desconfiança em relação à lisura do processo. Por outro lado, esperando a manchete pronta do dia seguinte, a oposição majoritariamente de direita alega fraude.
A consequência dessa polarização é previsível: mais ódio, mais bloqueio econômico, mais incertezas e um sofrimento ainda maior da população.
A professora de Relações Internacionais, Carolina Pedroso, analisa o resultado das eleições na Venezuela e seus possíveis desdobramentos políticos.
Carolina Pedroso é professora do Departamento de Relações Internacionais da Universidade Federal de São Paulo e especialista em política latino-americana, particularmente em política venezuelana.
Graduada em Relações Internacionais, tem mestrado e doutorado pelo Programa de Pós-Graduação em Relações Internacionais San Tiago Dantas.
No Instituto de Estudos Latino-americanos da Universidade do Sul da Flórida realizou pesquisa de campo junto à direita venezuelana radicada naquele estado norte-americano.
Brasil Latino
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