Até que ponto a dificuldade de comunicação entre pais e professores pode levar?

Sabemos que é difícil para os pais lidarem com dificuldades na escola com seus filhos, mas e se eles tiverem por conta de possíveis transtornos? Como isso fica?

 13/07/2023 - Publicado há 1 ano
Revoredo - USP
Revoredo - USP
Até que ponto a dificuldade de comunicação entre pais e professores pode levar?
/

A importância de ter uma educação é sempre tema de conversa entre pais quando se trata de filhos, principalmente se estão já planejando antes de seu nascimento e sempre se espera que o filho tenha notas altas ou o melhor da turma, mas nunca pensam se ele pode ter dificuldades nesse processo. Nenhum pai está preparado para receber a notícia que seu filho pode ter alguma dificuldade na escola, principalmente caso for de algum tipo de transtornos, as crianças muitas vezes passam mais tempo nas escolas do que na própria casa e claro que os professores estão observando eles por horas, nesses momentos pode ser observados comportamento inadequados, porém como explicar isso aos pais? 

Já que muitos podem ter uma reação negativa ou não entenderem o que os professores querem dizer, apesar que estão ali para auxiliar os alunos e os pais de melhorias para a educação, conversamos com a Pedagoga e pós-graduada em Psicopedagogia e Neurociência pela Unip, Andreia Pereira Cassão. Ela contou sobre as dificuldade de conversar com os pais e que muitas vezes eles tomam atitudes precipitadas “Inclinar em favor a essa criança, mas infelizmente a maioria dos pais não aceitam as a nossa suspeita e indicação, já ocorreu várias vezes até com aluno meu, os pais tirarem da escola, infelizmente e isso acaba prejudicando a criança”.

Além dessa imensa dificuldade que os profissionais da educação enfrentam, conseguimos compreender os pais do choque, que muitas vezes podem ser o motivo dessa reação negativa, porém o que essa reação pode acarretar ao desenvolvimento dessa criança? 

É o que explica a psicóloga pela Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de  Ribeirão Preto (FFCLRP) da USP, Luciana Carla dos Santos Elias “Quanto mais você demora, mas a gente vai demorar para ter um entendimento de qual o melhor caminho a ser feito com essa criança, você vai também sofrer da escola, porque a escola a criança fica ali, por 5 horas ou muitas em período integral”. A psicóloga ainda explica que a comunicação entre pais e professores deve ser clara, objetiva e sem cobranças dos dois lados, que assim pode potencializar o atendimento a essa criança.

Educação no município

Outra preocupação dos pais, é se as escolas estão preparadas para receber esses alunos, se possuem profissionais especializados, ensino diferenciado para esses alunos que precisam, conversamos com o Chefe da Divisão de Educação Especial da Secretaria Municipal de Educação de Ribeirão Preto, Fábio Deodato que afirma “Nós pensamos com bastante seriedade no trabalho que é desenvolvido para formar os docentes, para ele entenderem as deficiências e os transtornos que estão aí cada vez mais associados, trabalhamos muito com formação, acreditamos que ela vai ampliar o leque desses professores, muitos já trazem uma bagagem, alguns fazem informações específicas, nós temos inclusive na rede muitos professores especialistas, para que possam atender mais nitidamente as pessoas com deficiência”.

Deodato ainda explica sobre as leis que asseguram essas crianças “A Constituição de 1988 já traz em seus artigos a possibilidade de todos terem atendimento digno, seja garantido que os alunos com deficiência e transtornos possam ser atendidos não só na rede Municipal de Ensino, mas em todas as redes. Enfim, agora o que nós percebemos é que existiram algumas convenções e leis que merecem destaque,nós podemos falar aqui, por exemplo das declarações, não é dos encontros da Guatemala e de Salamanca, podemos falar também sobre a convenção da ONU. ”

A coordenadora pedagógica Patrícia da Conceição Bispo, fala sobre o que a escola pode disponibilizar para o aluno ao terem essa dificuldade de aprendizagem decorrente de algum transtorno e qual o suporte aos pais “A escola tem também um trabalho de orientação muito efetivo, orientação Educacional. Nem todas as escolas têm, então essa orientação educacional faz essa ponte com a coordenação pedagógica, com os professores, os especialistas e também a psicóloga escolar, que ajuda a contribuir na orientação, ela consegue trazer a família dentro de um campo de dificuldade de aceitação, para que essa família possa ser atendida, trabalhada  e compreendida”.


Política de uso 
A reprodução de matérias e fotografias é livre mediante a citação do Jornal da USP e do autor. No caso dos arquivos de áudio, deverão constar dos créditos a Rádio USP e, em sendo explicitados, os autores. Para uso de arquivos de vídeo, esses créditos deverão mencionar a TV USP e, caso estejam explicitados, os autores. Fotos devem ser creditadas como USP Imagens e o nome do fotógrafo.