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O Ambiente é o Meio desta semana conversa com o pesquisador Bruno Stankevicius Bassi, coordenador de projetos e pesquisa do observatório jornalístico De Olho nos Ruralistas e autor do relatório O Agro não é Verde. O estudo foi realizado pela Federação de Órgãos para Assistência Social e Educacional (Fase), em parceria com o observatório De Olho nos Ruralistas, e aborda como o agronegócio se articula para parecer sustentável.
A publicação analisa a atuação dos atores do agronegócio brasileiro, as narrativas e práticas de greenwashing, que consistem em promover discursos, propagandas e ações sobre ser ecologicamente correto e sustentável. Foram avaliados documentos e posicionamentos públicos, como releases, publicações, divulgações institucionais e entrevistas de dirigentes de 49 associações do setor agroindustrial.
O estudo analisa os discursos e as práticas do agronegócio. Segundo Bassi, o discurso, fortalecido pelo setor do agronegócio, de que “o agronegócio é o responsável por carregar o Brasil nas costas, por manter a balança de comércio exterior, é ideológico”. Já o discurso de que o agronegócio é sustentável “é quase uma obrigação no discurso das empresas, ainda que a gente saiba que, muitas vezes, isso não é aplicado na prática”.
O setor agropecuário brasileiro apresenta um discurso “de um negócio que estaria de acordo com as leis ambientais, seria um setor responsável ambientalmente no quesito de sustentabilidade”. Um exemplo da suposta sustentabilidade corporativa, cita Bassi, foi na COP26, onde “o estande do governo brasileiro estava sendo patrocinado pela Confederação Nacional da Agricultura e pela Confederação Nacional da Indústria e onde se fez lobby empresarial, relacionando o mercado de carbono às soluções corporativas e financeiras para a crise climática”, completa o entrevistado.
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