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O podcast Ambiente é o Meio desta semana conversa com o biólogo Fabiano Rodrigues de Melo, professor da Universidade Federal de Viçosa (UFV) e um dos membros-fundadores do Instituto de Pesquisas da Mata Atlântica (Ipema) e do Muriqui Instituto de Biodiversidade (MIB). Primatólogo, especialista em primatas não-humanos, Melo fala sobre a conservação da biodiversidade e dos primatas Muriquis.
Melo adianta que os primatas “representam um dos grupos de mamíferos que existem no planeta” do qual os seres humanos são descendentes. “Existem 700 espécies de macacos no mundo e o Brasil é onde está a maioria delas, concentrada, principalmente, na Amazônia e na Mata Atlântica”, relata o professor.
A maioria das espécies depende de árvores para viver e, ao se alimentar de frutos, “acabam dispersando sementes” e, com isso, reflorestam e recuperam áreas de floresta. E, ao fazerem isso, podem “maximizar esse potencial de recuperação florestal”, adianta o biólogo. A interdependência dos macacos e das florestas gera um ambiente saudável e, ao destruir as florestas, que são o habitat desses animais, espécies são perdidas.
Para o professor, o fato de haver espécies ameaçadas de extinção significou “um sinal vermelho de atenção” para que o Muriqui Instituto de Biodiversidade (MIB) fosse fundado. A perda do bioma, adverte, levou a espécie ao “vértice de extinção”.
Para que a espécie não seja extinta, o professor diz que são necessárias ações de conservação. Entre elas, Melo destaca o Plano de Ação Nacional para a Conservação dos Muriquis, que tinha como objetivo aumentar o conhecimento e a proteção da espécie para que a ameaça de extinção seja reduzida genuinamente. Após o encerramento do plano, em 2017, as espécies de muriquis (Brachyteles hypoxanthus e Brachyteles arachnoides) foram contempladas no Plano de Ação Nacional de Primatas da Mata Atlântica e Preguiça-de-Coleira.
Melo também ressalta a importância da organização da sociedade civil para a conservação dos primatas e destaca o MIB, através do qual conseguem parcerias nacionais e internacionais que levam recursos para que as pesquisas sejam desenvolvidas e tenham “força e poder de articulação para poder agir na proteção dos muriquis”.
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