O podcast Ambiente é o Meio desta semana conversa com o físico Eduardo Landulfo, pesquisador e professor do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN) da USP. Especialista em geociências e sensoriamento remoto com lasers, Landulfo fala sobre os efeitos de aerossóis na atmosfera e as consequências climáticas.
Para o professor, “a coexistência da sociedade com o meio ambiente não está em acordo”, porque as emissões antropogênicas (resultantes de atividades humanas) de aerossóis têm aumentado significativamente e impactado negativamente o meio ambiente.
Aerossóis são partículas líquidas ou sólidas dispersas no ar, como a poeira, a neblina e a fumaça, podendo ter origem natural ou artificial. E a presença de aerossol na atmosfera “modula a temperatura do planeta”, explica o professor. Os naturais são partículas que estão presentes na atmosfera “desde os primórdios”, diferentemente das emissões antropogênicas que “injetam esse material, além do já injetado pelas próprias fontes naturais”, causando um desequilíbrio climático.
As partículas de aerossol podem absorver ou espalhar a radiação solar, o que modifica a condição do planeta, “alterando diretamente o ciclo hidrológico” como efeito indireto, podendo “diminuir ou mudar o regime de chuvas”, situação já vivida na América do Sul, alerta Landulfo, para quem o regime de chuvas na região está sendo alterado, com “lugares ficando mais secos ou com mais incidência de chuva, provocando efeitos danosos”.
Por meio do sistema LIDAR (um radar de laser), Landulfo conta que os pesquisadores do IPEN vêm medindo a concentração relativa de aerossóis na atmosfera. Este sistema permite que o céu seja iluminado para que “a presença de material particulado, de gases” e sua dinâmica na atmosfera seja estudada, monitorada.
Ambiente é o Meio
