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O Ambiente é o Meio dessa semana entrevista o professor André de Carvalho, do Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação da USP de São Carlos, sobre a IARA, a Inteligência Artificial Recriando Ambientes, e o desenvolvimento sustentável das cidades brasileiras com o combate a crimes ambientais.
Carvalho conta que a iniciativa começou pela cidade de Canaã dos Carajás, que tem a maior mina de Ferro do mundo, pensando o que seria da cidade com o fim da mineração. De acordo com o pesquisador, foi criado um fundo de crescimento sustentável para o município para torná-la o município com a melhor qualidade de vida no Brasil. Para isso, a cidade contratou uma consultoria especializada em planejamento urbano e tecnológico.
Neste meio tempo, adianta o professor, seu grupo de pesquisa, aliado a colegas do Pará, tiveram projeto aprovado junto ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) em programa para criar os primeiros centros de pesquisa em inteligência artificial do País, com aplicação em quatro áreas: indústria, agronegócio, saúde e cidades inteligentes. A equipe foi uma das seis aprovadas, propondo uma rede de inteligência artificial para cidades inteligentes e sustentáveis. A rede, segundo o professor, tem como objetivo desenvolver soluções tecnológicas que melhorem a qualidade de vida nas cidades, considerando aspectos ambientais, sociais e econômicos.
Conta ainda que quando a rede IARA foi criada, o Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional entrou em contato para colaboração com uma plataforma de coleta de dados de todas as cidades do Brasil sobre todos os aspectos que caracterizam uma cidade, como a saúde, educação, meio ambiente, lazer, disponibilidade dos dados, gerenciamento e gestão das cidades, que podem ser usados para fazer política pública pelos municípios. “A ideia é justamente essa, de que ela apoie o município para identificar (melhorias)”, afirma.
Carvalho cita como exemplo mundial de uso da inteligência artificial o Emeritus, programa financiado pela União Europeia para combater o contrabando e o crime ambiental usando inteligência artificial. De acordo com o professor, o projeto utiliza dados públicos da União Europeia, dados de satélites, de drones e das polícias para criar uma plataforma que auxilie as autoridades a monitorar e prevenir esses delitos.
As perspectivas da rede IARA no Brasil, acredita Carvalho, são de colaborar com os municípios para a melhoria seus serviços e sua economia. Para o professor, “se o país não cuida bem do meio ambiente ou vai pagar uma taxa muito elevada ou não vai poder exportar para alguns países, alguns regiões”, sendo uma questão importante para a sobrevivência do País no mercado internacional.
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