USP homenageia docentes e ministro com medalha Armando de Salles Oliveira

A condecoração, criada em 2008, representa a mais alta honraria da Universidade; concessão foi aprovada pelo Conselho Universitário

Por Adriana Cruz

 06/10/2021 – Publicado há 3 anos     Atualizado: 13/10/2021 as 10:25

(Da esq. p/ dir) Os professores Roger Chammas, Liedi Liége Bariani Bernucci, Pedro Vitoriano de Oliveira, Marcelo Zuffo, Raul González, Ester Sabino, Vahan Agopyan, Eloisa Bonfá, Antonio Carlos Hernandes, Esper Kallás e Paulo Saldiva, na cerimônia de outorga da medalha realizada no dia 30 de setembro - Foto: Marcos Santos /USP Imagens

A USP homenageou 11 de seus professores com a medalha Armando de Salles Oliveira, a mais alta honraria da Universidade. O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), José Antonio Dias Toffoli, também recebeu a condecoração. A concessão foi aprovada pelo Conselho Universitário.

A condecoração foi criada em 2008, para homenagear pessoas, entidades e organizações que contribuem para a valorização institucional, cultural, social e acadêmica da USP e leva o nome do governador do Estado de São Paulo que assinou o decreto de criação da Instituição no ano de 1934.

Os professores Eloisa Silva Dutra de Oliveira Bonfá, Ester Cerdeira Sabino, Esper Georges Kallás e Paulo Hilário Nascimento Saldiva, da Faculdade de Medicina (FM); Raúl González Lima e Marcelo Knörich Zuffo, da Escola Politécnica (Poli); Edison Luiz Durigon, do Instituto de Ciências Biomédicas (ICB); e Benedito Antônio Lopes da Fonseca, Benedito Carlos Maciel, Dimas Tadeu Covas e Fernando de Queiroz Cunha, da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP), foram agraciados com a medalha por sua contribuição no enfrentamento da pandemia de covid-19.

O ministro José Antonio Dias Toffoli recebeu a homenagem por seu vínculo com a USP, como egresso da Faculdade de Direito, e sua atuação como presidente do STF e do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) para designação da Universidade como entidade prioritária de referência ao Poder Judiciário.

Ester Sabino, Eloisa Bonfá e Esper Kallás - Foto: Marcos Santos/USP Imagens

Marcelo Zuffo e Vahan Agopyan - Foto: Marcos Santos /USP Imagens

Raul González e Vahan Agopyan - Foto: Marcos Santos /USP Imagens

(Da esq. p/ dir) Reinaldo Giudici, Marcelo Zuffo, Liédi Bernucci e Raul González - Foto : Marcos Santos / USP Imagens

O vice-diretor da Faculdade de Medicina (FM), Roger Chammas, destacou o trabalho dos professores nas ações voltadas para o combate à covid-19, em seu discurso realizado na solenidade do dia 30 de setembro. “Muitas foram as batalhas que vencemos e os agraciados foram os generais que nos levaram a essas vitórias. A ação integrada e colaborativa de vocês mostra os altos valores acadêmicos que nós, Universidade de São Paulo, temos e defendemos. Estar aqui como docente desta Universidade e reconhecendo o valor de vocês dá uma resposta à sociedade de que estamos, sim, no caminho certo e temos os valores de retorno às demandas sociais que se apresentam. Essa medalha reconhece esse valor. A resposta que vocês organizaram nas trincheiras da pandemia provavelmente ecoa os mesmos valores que tivemos na Revolução de 30 e que levaram à criação de nossa Universidade. Vocês mostraram que, com ciência, venceremos”, afirmou. 

O diretor da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP), Rui Alberto Ferriani, também ressaltou a relevância e o impacto social das ações desenvolvidas pelos homenageados para minimizar os efeitos da pandemia na população. “Pode-se dizer que nós todos aqui temos sensação de dever cumprido à nossa sociedade, que financia esta nossa Universidade e suas estruturas de pesquisas independentes, como a Fapesp [Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo] e o Instituto Butantan, todos com visão científica sólida, autônoma e de relevada competência”, asseverou.

A USP tem poucas honrarias e a medalha é uma das três que ela oferece [além dos títulos de Professor Emérito e Doutor honoris causa]. O Conselho Universitário é muito cioso e cuidadoso em relação a essas homenagens, porque quer ter certeza que estamos homenageando as pessoas certas, que ficarão marcadas na história da Universidade.

(Da esq. p/ dir) Os professores Floriano Peixoto de Azevedo Marques e Vahan Agopyan, o ministro José Antonio Dias Toffoli, o vice-reitor Antonio Carlos Hernandes e o secretário-geral Pedro Vitoriano Oliveira - Foto: Cecília Bastos/USP Imagens

O diretor da Faculdade de Direito (FD), Floriano Peixoto de Azevedo Marques, fez a saudação a Toffoli, na cerimônia realizada no dia 1º de outubro, e salientou as decisões do ministro no STF para a reafirmação da autonomia universitária, “em um tempo em que dá ibope ser contra”. “A atuação do ministro foi fundamental para os temas da ciência. Ele foi expoente importante em várias decisões da Suprema Corte nos últimos dois anos, afirmando a ciência, criando mecanismos para o combate à pandemia, e, se não fossem essas decisões, por exemplo, não teríamos o mínimo de providências das autoridades municipais e estaduais para debelar ou reduzir o impacto da pandemia”, disse.

A Universidade, ao oferecer essas homenagens, está querendo dar uma resposta a uma situação de negacionismo, de desprezo ao conhecimento científico. Esta é a melhor maneira que a USP encontrou para mostrar as suas excelências, homenagear seus pesquisadores de destaque e mostrar o trabalho que está sendo feito por nossos grupos de pesquisa para minimizar o sofrimento que a pandemia trouxe ao povo brasileiro. A Universidade existe para servir à sociedade e faz parte da solução dos problemas sociais.

Cerimônia de outorga da Medalha "Armando de Salles Oliveira" aos professores: Edison Luiz Durigon, Benedito Antonio Lopes da Fonseca, Benedito Carlos Maciel, Dimas Tadeu Covas e Fernando Queiroz Cunha - Foto: Cecília Bastos/USP Imagens

(Da esq. p/ dir.) Edison Luiz Durigon, Benedito Carlos Maciel, Fernando Queiroz Cunha, Benedito Antonio Lopes da Fonseca e Dimas Tadeu Covas - Foto: Cecília Bastos/USP Imagens

Marques também citou a iniciativa de Toffoli em firmar um convênio da USP com o CNJ, para fomentar estudos sobre o Poder Judiciário e subsidiar a avaliação e a proposição de políticas públicas e outras ações de interesse mútuo, de forma a promover insumos para o aprimoramento da função jurisdicional no Brasil.

A USP e o Poder Judiciário incomodam os interesses totalitários de certos grupos. A Justiça brasileira tem de ser defendida e homenageada porque, graças a ela, conseguimos manter nossas condições de vivência com certa dignidade.

Assista, a seguir, à íntegra das três cerimônias que marcaram a entrega das medalhas. 

A medalha

Com a concessão das recentes 12 medalhas, a Universidade já homenageou, desde a criação da honraria, 24 personalidades. Os primeiros agraciados foram os ex-reitores da USP Waldyr Muniz Oliva, Antônio Hélio Guerra Vieira, José Goldemberg, Roberto Leal Lobo e Silva Filho, Ruy Laurenti, Flávio Fava de Moraes, Jacques Marcovitch e Adolpho José Melfi, durante as comemorações dos 75 anos da Universidade, em 2009.

Em 2010, foi a vez de a ex-reitora Suely Vilela receber a condecoração. Em 2011, a medalha foi entregue ao Professor Emérito da USP Celso Lafer e, em 2013, ao então diretor científico da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), Carlos Henrique de Brito Cruz. No ano passado, a condecoração foi outorgada ao diretor regional do Serviço Social do Comércio (Sesc) em São Paulo, Danilo Santos de Miranda.


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