O Coletive de Pesquisa em Antropologia, Arte e Saúde Pública (CPAS) da Faculdade de Saúde Pública (FSP) da USP promoverá, nos dias 22 e 23 de agosto, o terceiro encontro dos Quinta(i)s Cosmopolíticos, com o tema Entre as grades do cárcere e os portões da Saúde Pública. A iniciativa faz parte do projeto Cosmopolíticas do cuidado no fim-do-mundo: gênero, fronteiras e agenciamentos pluriepistêmicos com a saúde coletiva.
Como o campo da Saúde Pública lida com as populações afetadas pelo cárcere? Quais são as políticas públicas existentes? Em outro viés, como o sistema público de saúde corrobora com a manutenção do sistema carcerário? O objetivo é apresentar visões de futuros mais plurais na Saúde Pública, promovendo o encontro e o debate sobre políticas públicas voltadas a grupos considerados historicamente vulneráveis e estigmatizados.
O primeiro dia de evento (22) começará às 14 horas, com palestras sobre Saúde, Cuidado e Cárcere: perspectivas feministas abolicionistas, no Auditório Paula Souza. A quinta-feira também contará com o lançamento do livro Especialmente para quem nasce com a pele que eu nasci, acompanhado de uma apresentação de slam, no saguão de entrada da faculdade, das 18 às 20 horas.
O segundo e último dia do encontro começará mais cedo. Com início previsto para 9 horas, a última leva de palestras tratará do tema Encarceramento e Saúde Pública: dinâmicas de produção de sofrimento, na Sala Diógenes da FSP, encerrando o evento às 11 horas.
Cosmopolíticas do cuidado
Realizado em parceira com o coletivo Ilhargas, da Universidade Federal do Amazonas (UFAM) e a Rede Transnacional de Pesquisas Sobre Maternidades Destituídas, Violadas e Violentadas (Rema), o evento compõe a série de encontros de saberes do projeto Cosmopolíticas do cuidado no fim-do-mundo. Os encontros buscam produzir evidências de um mundo que ameaça a existência de certas redes e grupos de pessoas.
O projeto é dividido em ramificações, cada eixo focando em uma problemática ou grupo diferente. O evento está inserido na parcela Mulheres vivendo, tecendo, cortando as malhas do encarceramento, que propõe a discussão de questões relacionadas à raça, gênero, saúde, sistema prisional e seus mecanismos de punição, além dos movimentos sociais de resistência.
Segundo os organizadores do encontro, as questões trazidas para debate são pautadas em uma perspectiva abolicionista penal, que compreende o sistema prisional como a instituição responsável pela manutenção de uma lógica escravista de expropriação e dominação de corpos racializados não-brancos na modernidade.
Programação:
Dia 22/08
- Mesa 1 (14h às 17h): Saúde, Cuidado e Cárcere: perspectivas feministas abolicionistas
- Convidadas: Railda Maria Alves, Priscila Serra, Carolina Pereira e Luciana Simas
- Mediadora: Natália Lago
- Local: Auditório Paula Souza
- Slam (18h às 20h)
- Convidado: Poeta Santos Drummond
- Local: Saguão de entrada
Dia 23/08
- Mesa 2 (09h às 11h): Encarceramento e Saúde Pública: dinâmicas de produção de sofrimento
- Convidados: Fábio Mallart e Karina Biondi
- Debatedores: Miriam Duarte Pereira e Fábio Pereira Campos Misael
- Mediação: Beatriz Oliveira Santos e Milena Novais
- Local: Sala Diógenes
*Com informações da Comunicação/FSP