Desde 2018, o Outubro Negro é realizado para discutir sobre as condições de vida e saúde da população negra. Além disso, o evento analisa os efeitos do racismo e da luta antirracista no Brasil. “[É uma forma de] valorizar os saberes dos pesquisadores(as) negros(as), e de pessoas negras de modo geral, que possam contribuir com o nosso espaço e com a nossas vivências enquanto pessoas negras”, diz Melissa Tarrão, integrante do Coletivo negro da FSP. Para 2022, os idealizadores buscam discutir os saberes, cuidados e ativismos negros e homenagear Sueli Carneiro, filósofa e ativista antirracista.
“É uma forma, também, de trazer um conhecimento que a Universidade como um todo, de forma hegemônica, não discute e não incorpora”, afirma Melissa. “Grande parte do conhecimento produzido na universidade é hegemônico, branco e ocidental. Afinal, por muito tempo, majoritariamente pessoas brancas de uma determinada classe social ocupavam esse espaço. Atualmente, após a inserção de ações afirmativas, esse cenário vem mudando, mas tudo aquilo que não se enquadra no parâmetro branco e ocidental é excluído deste espaço e não é validado. Dessa forma, trazer esses conhecimentos para serem discutidos dentro da Universidade também é uma forma de resistência”, complementa.