Mostra conduz a um passeio pela história da arte

Exposição leva os visitantes a uma “viagem” pelas obras dos pintores pós-impressionistas

 22/06/2016 - Publicado há 8 anos     Atualizado: 24/06/2016 as 14:44
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Exposição O triunfo da cor "O pós-impressionismo: obras-primas do Musée d’Orsay e do Musée de l’Orangerie", no Centro Cultural Banco do Brasil - Foto: Cecília Bastos/Usp Imagem
Exposição “O Triunfo da Cor” é uma “aula” sobre o Pós-Impressionismo – Foto: Cecília Bastos/Usp Imagem

20160622_01_expo_luanaOs 32 mestres do Pós-Impressionismo que integram a mostra “O Triunfo da Cor” propõem uma pausa no ritmo acelerado dos paulistanos. E os convidam para uma grande viagem. A mesma que fez o holandês Van Gogh desembarcar em Paris para ficar seduzido pela liberdade da pintura moderna. Para proporcionar essa sensação, a equipe de educadores da mostra simulou um vagão com dois bancos, um na frente do outro. “O visitante pode sentar e ficar olhando a paisagem pela janela do trem”, convida Luana Oliveira, educadora, musicista e atriz. “E vai contemplar a natureza registrada na tela dos pintores. Para alegrar essa viagem, temos também apresentações sobre a vida desses artistas, música da época e atividades sensoriais para crianças e adultos.”

20160622_01_expo_abraço1Gabriela Abraço, professora, pesquisadora e doutoranda do Programa de Pós-Graduação Interunidades de Estética e História da Arte da USP, faz questão de participar. “Assim como a montagem do espaço sensorial cênico da viagem de trem de Paris ao Taiti e de Paris a Pont Aven, alegoricamente a exposição conduz, a quem se dispõe a viajar, a um percurso histórico por ideias e pelas concepções estéticas que direcionaram as transformações da arte na passagem do século 19 para o 20”, afirma. “Se a arte é a materialização de uma forma de pensamento, esta exposição nos convida a percorrer o caminho traçado por essas ideias.”

20160622_01_expo_alecsandraE os passageiros são muitos. Enquanto ocupa o assento perto da janela, Alecsandra Matias, professora, curadora e também pesquisadora do Museu de Arte Contemporânea (MAC) da USP, lembra de outra viagem. “Esse acervo do Museu d’Orsay me traz recordações da minha primeira visita a Paris”, conta. “Naquele momento, era uma pesquisadora jovem, sem dinheiro no bolso e que nunca tinha saído do Brasil. Fiquei profundamente entusiasmada com cada descoberta no museu mais charmoso da cidade. Cada sala era um novo mundo que se construía na minha frente.”

Alecsandra considera o Museu d’Orsay, apontado como um dos principais do mundo, uma referência em museologia. “Recebe 3,5 milhões de visitantes anualmente”, admira-se. “Essa estimativa demonstra a empatia do público visitante ao movimento Impressionista – um dos mais marcantes da história da arte.”

Visitantes

20160622_01_expo_inesViver novas cores é a regra para Inês Pereira da Luz. Roupa descontraída, cabelos tingidos de vermelho, ela está na entrada do Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), em São Paulo, acompanhando o movimento do centro da cidade. “Com as exposições de arte, esta região se iluminou.” Inês é professora de Comunicação e Artes na Universidade Anhembi Morumbi há 30 anos. “Tem estudantes, artistas, é um lugar para respirar. Mesmo aqueles que estão com pressa e só de passagem, com certeza um dia vão entrar para ver as pinturas.”

20160622_01_expo_beatrizPara as estudantes Beatriz Paschoal e Gabriela Cardoso, de 17 e 16 anos, a arte é uma janela para a vida. “Ver de perto as obras de Van Gogh é um sonho”, diz Beatriz. “Queremos fazer Arquitetura. E uma exposição como esta humaniza a cidade”, completa Gabriela.

20160622_01_expo_marialuizaSem tempo a perder, um Grupo da Terceira Idade do Sesc de Piracicaba se movimenta para ver os detalhes da exposição. E depois ter um tempo para ouvir opiniões com café. “Nós viemos em 32 pessoas. Esta visita é um sonho de todos”, explica Maria Luiza Mansini, coordenadora da equipe.

20160622_01_expo_dorivalDorival Soares, 72 anos, acompanha o grupo, satisfeito. É funcionário aposentado da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) da USP, em Piracicaba, e nunca pensou em ver Van Gogh de perto. “Eu acho muito bonito aquele quadro dos camponeses comendo batata. Fico emocionado só de pensar. Aqui vou ver A Italiana, que também admiro. É uma mulher simples, de lenço nos cabelos, parece estar cansada.”

20160622_01_expo_camilaO mesmo quadro impressiona Camila Sassati. “Eu faço Publicidade. E acho incrível a comunicação de Van Gogh. Ele emociona com as cores, os olhos dos personagens.”

20160622_01_expo_mariMaria Stabili, mais conhecida por Mari, registra as obras com o celular. Grava as frases. “Eu sou restauradora de quadros, esculturas, vasos, objetos de arte. Daí me encantar com os detalhes. Quando trabalho em uma peça, preciso buscar a mão do artista, fazer exatamente igual e sentir o seu mundo, os seus sonhos.”

20160622_01_expo_liegeAs cores, o movimento e especialmente a busca da liberdade na arte dos pós-impressionistas inspiram os poemas de Liége Oliveira, 71 anos. “A pintura e a poesia caminham juntas. Moro em Jundiaí, mas, como boa maranhense, gosto de escrever como Aluísio Azevedo, Catulo da Paixão Cearense, Gonçalves Dias, Ferreira Gullar e tantos outros. Mas a pintura de Cézanne, de Gauguin, Henri Matisse, não há palavras que definam.”

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