Empresa com gestão humanizada satisfaz clientes e rende mais, indica pesquisa

Com gestão humanizada, rentabilidade pode chegar ao dobro da convencional, aponta projeto que quer incentivar a prática

 16/04/2019 - Publicado há 6 anos     Atualizado: 15/05/2019 às 9:56
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Com gestão humanizada, além do dobro de rentabilidade, há satisfação 240% superior dos clientes e níveis 225% maiores de bem-estar entre os colaboradores, apontou o estudo – Foto: Cecília Bastos/USP Imagens

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Em pesquisa inédita no País, mas seguindo conceitos já aplicados no exterior, o projeto Empresas Humanizadas no Brasil analisa companhias que adotam modelos de gestão alternativos. Idealizado por pesquisadores da Escola de Engenharia de São Carlos (EESC) da USP, o relatório final também apresenta os resultados financeiros e sociais positivos da chamada “gestão humanizada” para essas organizações.

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Companhias humanizadas consideram o perfil do empregado no coletivo, procuram envolvê-los nas tomadas de decisões e entregam salários e benefícios justos. A moeda de troca, de acordo com o estudo, é maior produtividade e satisfação entre membros e clientes.

Os resultados são otimistas. A pesquisa revela que empresas humanizadas agradam mais a clientes e colaboradores: há uma satisfação 240% superior por parte dos clientes, e níveis 225% maiores de bem-estar entre os colaboradores. Em um período de 4 a 16 anos, elas alcançam mais que o dobro de rentabilidade financeira em comparação à média das 500 maiores empresas do País.

Das 1.115 empresas analisadas, apenas 22 foram apresentadas no primeiro relatório, divulgado em março no evento Capitalismo Consciente Latin-American Conference 2019, em São Paulo.
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Site do projeto – Divulgação/humanizadas.com

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Análises

Para analisar as corporações, foram considerados três critérios: geração de valor financeiro, sustentabilidade e bem-estar social. Esses pilares seriam a base da gestão procurada.

Os criadores afirmam que a intenção não é criar um ranking nem certificações. Eles consideram seu projeto como uma nova comunidade de empresas “que compartilham com o mundo práticas de negócio mais conscientes, humanizadas, inovadoras e sustentáveis.”

Assim, os responsáveis procuram estímulos para competitividade entre corporações brasileiras, que “inspirem uma transformação na maneira como os negócios são feitos no País.”

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Números da pesquisa – Fonte: humanizadas.com

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A linha de pesquisa já não é novidade fora do Brasil. O movimento Capitalismo Consciente, que inspirou a realização do projeto, já existe há alguns anos nos Estado Unidos. Em 2007, Raj Sisodia lançou o livro Empresas Humanizadas, iniciando uma série de iniciativas em torno do tema, como a fundação do americano Instituto Capitalismo Consciente (C.C).

Sisodia colaborou com os pesquisadores aqui no Brasil com fornecimento de materiais e apoio. A iniciativa do projeto brasileiro é do professor do Departamento de Engenharia de Produção da EESC Mateus Cecílio Gerolamo; do fundador da startup Trustin, doutorando da Universidade e idealizador Pedro Paro; e do escritor e jornalista Rodrigo Caetano.

Para chegar aos números finais, foram usados diferentes processos de interpretação de dados. O primeiro se apoia na abordagem integral, que analisa as empresas estudadas em três dimensões: resultados, processos e práticas e fonte de inspiração.

Mateus Gerolamo, professor da EESC-USP – Foto: Divulgação / humanizadas.com

A coleta de dados contou com avaliações de quem mais tem contato com as corporações. Foram consideradas 900 mil avaliações de consumidores e 136 mil vindas de colaboradores.

Para padronizar as respostas, os pesquisadores apropriaram a abordagem multi-stakeholders, que se baseia em 18 indicadores para estudar as respostas levantadas. Também foram consideradas 2,4 mil respostas de pessoas com interesse no desenvolvimento das empresas escolhidas.

O método também considerou “diferentes bases de dados de domínio público” como rankings, certificações e notícias veiculadas às empresas nos principais veículos brasileiros.

Inspiração

A previsão é que o projeto continue funcionando e em extensão. Segundo Paro, o objetivo é realizar uma nova análise a cada dois anos, com um aumento no número de empresas a cada avaliação. “Nós queremos que a pesquisa sirva de exemplo para o surgimento de cada vez mais negócios inspiradores e humanizados.”

Os detalhes podem ser acessados no site www.humanizadas.com.

Da Assessoria de Comunicação da EESC

Mais informações: e-mail gerolamo@sc.usp.br, com Mateus Gerolamo; e Pedro@trustin.com.br, com Pedro Paro


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