Cerca de 40% das pessoas não respondem ao remédio padrão para o tratamento da doença e ficam com lesões irreversíveis. Em sua tese premiada, Raphael Sanches Peres, do CRID, encontrou como diagnosticar quem não vai responder antes mesmo que comece o tratamento.
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A descoberta
Peres investigou os mecanismos anti-inflamatórios do medicamento tradicionalmente administrado no tratamento da artrite, o metotrexato. “Ele demonstrou que o metotrexato induz a produção de adenosina. E a adenosina tem um efeito modulatório da doença”, conta o farmacologista Fernando Cunha, que orientou o trabalho. Já se sabia que a produção da adenosina está relacionada a uma molécula encontrada nas células T-reguladoras. Por isso, Peres comparou essas células de grupos de pacientes que respondiam com aqueles que não respondiam ao tratamento. “Os pacientes que não respondem têm uma menor quantidade dessa molécula, a CD 39, nesse tipo celular”, constatou o pesquisador. A pesquisa gerou um kit para uso médico que poderá auxiliar os reumatologistas na escolha do tratamento mais apropriado.
A doença
Artrite reumatoide é uma doença autoimune. Ela atinge cerca de 1% da população mundial, predominantemente as mulheres, afetando as articulações. Atualmente, há diversos tratamentos disponíveis. Mas antes da descoberta, só era possível concluir a resistência do paciente ao tratamento mais utilizado após até seis meses de exposição ao medicamento.
Em 2015, o trabalho também venceu o Prêmio de Incentivo em Ciência e Tecnologia para o Sistema Único de Saúde (SUS).