USP assina acordo de cooperação com a Universidade de Abu Dhabi

As duas universidades pretendem desenvolver em conjunto projetos de investigação na área de sustentabilidade, organização de conferências e eventos científicos e culturais

 07/12/2023 - Publicado há 5 meses

Texto: Rose Talamone
Arte: Carolina Borin*

Da esquerda para a direita Patrícia Iglecias, da USP, Ghassan Aouad, chanceler da Universidade de Abu Dhabi, Rafael Solimeo, da Câmara de Comércio Internacional Árabe Brasileira, e Marcos Buckridge, da USP – Foto: Rosemeire Talamone

Da esquerda para a direita Patrícia Iglecias, da USP, Ghassan Aouad, chanceler da Universidade de Abu Dhabi, Rafael Solimeo, da Câmara de Comércio Internacional Árabe Brasileira, e Marcos Buckridge, da USP – Foto: Rosemeire Talamone

Durante a Conferência Internacional sobre o Desenvolvimento de Futuros Sustentáveis, evento paralelo à 28ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, a COP28, realizada em Dubai, nos Emirados Árabes, a USP, por meio da Superintendência de Gestão Ambiental e da Câmara de Comércio Árabe-Brasileira, firmou acordo de cooperação para promover pesquisas e atividades acadêmicas e culturais com a Universidade de Abu Dhabi, nos Emirados Árabes.

A professora Patricia Iglecias, superintendente de Gestão Ambiental (SGA), representou o reitor Carlos Gilberto Carlotti Junior e explica que a parceria permite um trabalho conjunto já com foco na COP30, que será realizada no Brasil.

As duas universidades pretendem desenvolver em conjunto projetos de investigação na área de sustentabilidade, a organização de conferências e eventos científicos e culturais e ainda facilitar o intercâmbio de informações e de publicações acadêmicas, por meio de cursos e disciplinas compartilhadas. “A parceria permite a troca de conhecimento, aprendermos o que fazem e compartilhar o que a USP faz. Planejamos conhecer e atingir ao máximo os objetivos de desenvolvimento sustentável, seja a partir de uma realidade como a da Universidade de Abu Dhabi, instituição pequena e jovem, seja de uma instituição tão grande quanto a USP.”

Marcos Silveira Buckeridge - Foto: Lattes

Para o professor Marcos Silveira Buckeridge, do Instituto de Biociências (IB) e integrante da delegação da USP na COP28, o Brasil tem pouco contato com o mundo árabe, que, apesar de produzir grande quantidade de petróleo, tem interesse em energias renováveis. “Esta parceria firmada com o Brasil pode levar a tecnologias interessantes porque eles estão interessados em desenvolver diversas áreas do conhecimento.”

Buckeridge diz que a USP, como a 85ª Universidade mais importante do mundo (posição no QS World University Ranking), deve interagir com universidades de outros países, pensar em todas as possibilidades, como, por exemplo, nas áreas de políticas públicas e cidades, diferentes da nossa realidade. “Um exemplo na área de cidades é o que eles fizeram na construção de Dubai, uma cidade desenhada praticamente do nada em cima do deserto. E eles também podem conhecer com a USP a manutenção e transição para outra matriz energética, renovável e sustentável.”

O diretor da Câmara de Comércio Internacional Árabe-Brasileira em Dubai, Rafael Solimeo, destaca que a escolha da USP se deu pela sua importância e referência mundial e que a parceria pode favorecer o comércio exterior.

Rafael Solimeo - Foto: Arquivo Pessoal

Futuro sustentável

A professora Patrícia Iglecias, uma das palestrantes na Conferência Internacional sobre o Desenvolvimento de Futuros Sustentáveis, evento organizado pela Universidade de Abu Dhabi, abordou a relação entre as políticas públicas em ESG (governança ambiental, social e corporativa). “Podem ser perigosas medidas ESG sem métricas que considerem sua complexidade, a natureza sistêmica das questões ambientais e sociais.”

A professora afirmou que essa preocupação não significa que as companhias não devem medir, mas devem ficar atentas para capturar as informações, considerando os processos e sistemas de governança e seus impactos, e apontou como diretrizes o foco para desenvolver processos e entender com profundidade as questões mais sensíveis para as atividades principais. “Dessa forma, há uma grande chance de entender melhor quais as ações que permitem aumentar o impacto e canalizar recursos para tanto.”

Outra diretriz apontada pela professora foi o foco em sistemas mais amplos, com perspectiva de mais tempo e não de curto prazo. “Começar com a análise do estado atual das coisas e solicitar inputs dos diversos stakeholders são duas formas de entender os sistemas. Isso demanda muito engajamento organizacional.”

Patrícia Iglecias na Conferência Internacional sobre o Desenvolvimento de Futuros Sustentáveis – Foto: Rosemeire Talamone


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